O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) está acompanhando de perto a megaoperação nos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte do Rio. Segundo o procurador-geral de Justiça, Antônio José Campos Moreira, o MP terá independência na apuração das mortes ocorridas durante a ação, sem estabelecer premissas. Uma das medidas adotadas pelo MPRJ foi determinar a verificação das imagens das câmeras corporais utilizadas pelos policiais durante a operação. O acesso e a checagem das imagens são considerados fundamentais para investigar os acontecimentos.
Após o pronunciamento do secretário da Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes, sobre a possibilidade de parte das imagens terem sido perdidas devido à duração limitada das baterias dos equipamentos, o MP-RJ formalizou o pedido de verificação. Além disso, promotores estão acompanhando os depoimentos de policiais e as perícias em andamento. O procurador-geral ressaltou a importância de verificar a duração das baterias das câmeras utilizadas pelos policiais para garantir a integridade das provas e esclarecer os fatos.
O MP-RJ requisitou um relatório detalhado sobre o efetivo policial empregado na operação, descrevendo as armas utilizadas, munições apreendidas e projéteis recolhidos. Todo o material será submetido à perícia balística para análise técnica. O procurador manifestou a intenção de investigar a estratégia das forças de segurança, como a tática do “muro do Bope”, utilizada na operação, ressaltando que a ação foi planejada e visava conter o avanço territorial de facções criminosas.
Sobre a remoção dos corpos por moradores da Penha, o procurador destacou que essa ação dificulta, mas não inviabiliza as perícias. O Ministério Público atua de forma independente e técnica, acompanhando os trabalhos periciais e as autópsias das vítimas. O procurador reforçou que todas as mortes serão apuradas com base em provas técnicas e que os resultados serão apresentados em um relatório conclusivo, ressaltando a importância da preservação do local do crime para as investigações.
Por fim, o procurador reiterou a independência do Ministério Público na apuração dos fatos, lamentando as mortes e prestando solidariedade às forças de segurança. O MP garante que agirá com responsabilidade e critério para cumprir suas funções constitucionais. A operação ocorrida nos complexos do Alemão e da Penha é considerada a mais letal da história do Rio de Janeiro, resultando em 121 mortes, incluindo quatro policiais, e 113 suspeitos presos. O MPRJ continuará acompanhando de perto as investigações para esclarecer os acontecimentos e garantir a justiça.




