O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) anunciou uma análise complementar na documentação sobre as internações e a morte da bebê Joana Garcia Campos, de quase 2 anos, que faleceu no final de julho após ser transferida da Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Pediátrica de São Pedro da Aldeia, na Região dos Lagos, para o Hospital Pediátrico Lagos (HP Lagos). O laudo do Instituto Médico-Legal (IML) apontou como causa do óbito pneumonia, miocardite aguda e choque séptico. A família da criança questiona o resultado da perícia do IML e denuncia negligência no atendimento inicial, levando o MPRJ a investigar se houve algum erro médico.
Joana era indígena Macuxi, uma tribo de Roraima, e morava no Rio de Janeiro. Durante as férias, a criança foi para a casa da avó em Cabo Frio com a família. A mãe da menina, Christinny Garcia, afirmou que o laudo do IML entregue não incluiu o exame toxicológico, levantando a hipótese de intoxicação por medicamentos. A família acredita que somente essa análise poderia esclarecer o ocorrido, já que a profissional da unidade mencionou a administração de medicamentos, mas isso não consta no prontuário da criança.
Além da ausência do exame, a família aponta divergências nos registros médicos, como a suspeita de broncoaspiração durante tentativa de intubação e até a inclusão de dados de outras crianças no prontuário fornecido pelo Hospital Pediátrico Lagos. A Secretaria Estadual de Saúde afirmou que uma sindicância está em andamento para investigar o caso, buscando esclarecer os fatos e eventuais falhas no atendimento à criança.
A promotora Renata Mello Chagas, da 3ª Promotoria de Justiça de São Pedro da Aldeia, solicitou novas diligências à Polícia Civil, incluindo depoimentos de enfermeiras, técnica de enfermagem, assistente social e médico responsável, bem como detalhes sobre os medicamentos ministrados à criança. A deputada estadual Dani Balbi também acompanha o caso e enviou um ofício ao MPRJ pedindo explicações. As investigações visam esclarecer o que causou o falecimento de Joana e se houve erro médico no atendimento.
O g1 questionou a Polícia Civil sobre a falta do exame toxicológico, mas não obteve resposta até o momento. A Secretaria Estadual de Saúde informou que a sindicância terá sua conclusão no próximo dia 16 e que detalhará os atendimentos prestados à menina após essa data. Com a realização de novas diligências e análises, o MPRJ busca esclarecer os fatos e garantir que todas as medidas necessárias sejam tomadas para investigar o caso da bebê Joana Garcia Campos.