Um idoso denunciou uma mulher por sextorsão em Goiânia. Ele pagou mais de R$ 90 mil para não ter vídeos íntimos divulgados pela suspeita, que tem 37 anos de idade. As chantagens e ameaças ocorreram ao longo de dois anos. O crime é uma modalidade de extorsão. A identidade de nenhum deles foi revelada.
O homem decidiu procurar uma delegacia no último domingo, 23, quando a mulher o procurou exigindo a transferência de R$ 25 mil. Ele afirmou que tinha somente R$ 2 mil em espécie, repassou a quantia para a autora e informou o crime às autoridades policiais. Ela foi presa e declarou ter usado o dinheiro em viagens e compra de carros e joias.
Estimativas apontam que 62% das vítimas da sextorsão são mulheres, sendo a maioria alvo em ambiente virtual. O golpe pode resultar em compartilhamento das imagens em sites de pornografia ou na chamada deep web. O crime ocorre não apenas por motivação financeira, mas também com o objetivo de vingança ou humilhação.
Não há lei específica para a sextorsão. A Justiça vem aplicando a pena de quatro a dez anos e multa por semelhança à extorsão, tipificada como constranger alguém a fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica mediante violência ou grave ameaça.
Um projeto de lei sobre o tema foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados em junho do ano passado. O texto prevê estipular como crime o abuso de poder em troca de benefício sexual. A Transparência Internacional estima que uma em cada cinco pessoas foram ou conhecem vítimas da ocorrência desse tipo de conduta, quando buscaram algum serviço público na América Latina em 2019.