Mulher que levou 51 facadas do marido sargento deu calmante para ele e relatou ameaças em última conversa com amiga; VEJA
Amanda Fernandes Carvalho, de 42 anos, foi morta a tiros e facadas por Samir Carvalho. A filha do casal, de 10 anos, também foi atingida e ficou seis dias internada.
Amanda Fernandes Carvalho deu calmante para o marido um dia antes de ser morta por ele em Santos (SP) — Foto: Redes sociais
Amanda Fernandes Carvalho, a empresária que morreu após ser atacada com tiros e facadas pelo companheiro e sargento da PM Samir Carvalho dentro de uma clínica médica em Santos, no litoral de São Paulo, disse para uma amiga deu calmante para o assassino no dia anterior ao crime. O DE teve acesso, nesta quinta-feira (22), à última troca de mensagens entre as amigas horas antes do assassinato (veja mais adiante).
O crime aconteceu no dia 7 de maio, dentro de uma clínica localizada na Avenida Pinheiro Machado, no bairro Marapé. Samir atirou na esposa e na filha de 10 anos. Em seguida, esfaqueou Amanda, que morreu no local. A criança foi socorrida e ficou internada por seis dias.
Samir Carvalho matou a esposa Amanda Fernandes em Santos, SP — Foto: Reprodução/Instagram e Daniela Rucio/TV Tribuna
Amanda encaminhou a primeira mensagem para a amiga Janaina Beierle Rollo às 7h49 do dia do crime. Ela disse que não aguentava mais o companheiro e questionou onde poderia denunciá-lo. Janaína respondeu quase duas horas depois, quando a vítima confessou que havia dado calmante a Samir.
Mais tarde, Janaina aconselhou a vítima a procurar ajuda com as autoridades e Amanda revelou os planos que teria com a filha, incluindo a consulta médica e uma homenagem ao Dia das Mães.
Durante a conversa, Amanda disse que o marido fez ameaças de morte e reclamou da vida sexual deles. Em seguida, ela contou que iria para uma consulta com a filha de 10 anos.
Amanda contou que Samir havia ligado para ela e feito xingamentos e a acusando de traição.
A última mensagem de Amanda foi perguntando da localização de Janaina.
Ao DE, Janaina havia informado que a mulher sempre reclamava do comportamento agressivo do parceiro, pois sofria violências físicas e psicológicas. Nos últimos dias, porém, esses relatos se intensificaram.
O sargento da PM Samir do Nascimento Rodrigues de Carvalho participa da reconstituição do crime nesta quinta-feira (22). A delegada Deborah Lázaro, da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), afirmou ao DE que a reprodução simulada é de “suma importância” para esclarecer dúvidas existentes no inquérito policial. A reportagem listou algumas das informações que faltam em relação ao crime.
O laudo necroscópico, obtido pela equipe de reportagem, indica que a maioria das facadas atingiu o lado direito do corpo de Amanda, com golpes da coxa até a face. O documento aponta também que os tiros foram disparados à distância.
Segundo apuração do DE junto à Justiça Militar, a prisão do sargento resultou na chamada agregação militar, status que o coloca como inativo temporariamente. Nessa condição, ele perde o direito ao salário e o tempo de serviço não é contabilizado.