Acionada pelo jornal O Globo, via lei de acesso a informação, a Casa Civil da presidência da república admitiu que 7 parentes da primeira-dama Michelle Bolsonaro foram levados a passeio a São Paulo. Nenhum dos familiares da primeira-dama prestava serviços ao programa Pátria Voluntária, cujo conselho é presidido por Michelle.
A história de que eles faziam parte do voluntariado do programa, foi inventada pela ministra Damares Alves, do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos. Damares foi quem requisitou o jatinho da FAB que a levou à capital paulista na companhia de Michelle e dos seus parentes. Em São Paulo, após um compromisso oficial, ambas aproveitaram a noite.
Michelle e Damares compareceram a festa de aniversário do amigo Augusto Fernandez, influenciador digital e maquiador de ambas. No dia seguinte, Fernandez, pegou uma carona no jato de volta para a capital federal, Brasília. Em decreto assinado no ano passado, Jair Bolsonaro sujeitou o uso de aviões da FAB por autoridades que viajassem a serviço, e somente a serviço porque de outra maneira não pode.
O decreto diz: “comitiva que acompanhe autoridade em avião do Comando da Aeronáutica terá estrita ligação com a agenda a ser cumprida, exceto em caso de emergência médica ou segurança”, entretanto, nenhum dos passageiros do voo corria risco de morte, nenhum era da área de segurança, e Michelle não é autoridade pública e por isso não pode requisitar o avião. Já Damares é.
Duas investigações sobre o fato correm no Tribunal de Contas da União e no Ministério Público Federal.