Mulher denuncia violência doméstica após voltar do coma

A Polícia Civil de São Paulo (PC-SP) recebeu um vídeo de Dara Cristina de Andrade Rossato, de 27 anos, que denunciava a violência de um ataque do marido em maio deste ano, em Franca, cidade localizada a 566 km da grande capital paulista. A mulher estava sedada e intubada até o início desta semana, no Hospital das Clínicas em São Paulo.

Segundo a mulher, o companheiro jogou álcool e ateou fogo nela. Dara diz que o que ela está passando é resultado do machismo do marido. “Ele ainda me bateu. Eu só quero que ele vá preso, só isso. Estou sofrendo muito, só Deus sabe o tanto que eu estou sofrendo”, diz.

Além disso, ela volta a suplicar para que o homem seja preso. “Por favor, põe ele na cadeia, só isso que eu quero, que ele vá preso e pague o que ele fez comigo”, afirma.

Dara sofreu graves queimaduras no rosto, mãos e tórax, e segue em recuperação no Hospital das Clínicas.

Investigação

Desde maio, a PC-SP estava tratando o caso como acidente doméstico, uma vez que, na época, o marido dela relatou para a Polícia que a mulher havia se acidentado enquanto lavava roupas. Entretanto, no decorrer da investigação, o delegado responsável, Marcio Murari, da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), começou a considerar uma tentativa de homicídio.

De acordo com ele, conforme apurado no inquérito policial após ouvir parentes, familiares, vizinhos e o vídeo gravado pela mãe da moça, o rapaz era apontado como principal suspeito. “Ela aponta ele como uma pessoa que teria jogado álcool e ateado fogo no corpo dela”, relata.

A Justiça de São Paulo determinou prisão preventiva do homem, mas ele ainda não foi encontrado.

Testemunhas

No dia em que aconteceu o crime, os vizinhos do casal relataram ter ouvido uma discussão entre eles, além de pedidos de socorro de Dara. O marido contou que socorreu a esposa com ajuda dos vizinhos e prontamente acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

O delegado, diz que, ao que as apurações da investigação indicam, a motivação teria sido problemas de convivência e a violência doméstica.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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