Segundo matéria do UOL, uma mulher de 28 anos foi presa nesta quarta-feira (18), em Canoas, região metropolitana de Porto Alegre, por suspeita de tortura contra o filho de 6 anos. A mãe submetia a criança a castigos com uso de fogo, além de amarrá-lo na cama e dopá-lo com medicamentos, segundo a polícia. Além da mãe, o namorado dela, de 24 anos, também foi preso.
Mensagens de WhatsApp trocadas entre a mulher e o companheiro foram algumas das provas usadas pela Polícia Civil para pedir a prisão preventiva do casal.
“Eu quase matei ele agora. Eu tenho muita força quando eu fico com raiva. Vamos sair hoje e vou deixar ele amarrado até a boca pra aprender. Larga cedo, tá, amor? Vou dopar ele daqui a pouco. Dar meio vidro de remédio para dormir. Se não mudar agora, vou abandonar em algum lugar por aí”, escreveu a mãe.
O namorado diz que “Deus não perdoa”. A mãe, em outra mensagem, revela um plano ao companheiro para deixar o filho abandonado em algum hospital de Canoas. “Tenho um plano já. Vou levar ele ao hospital e vou dizer que está mal, com febre, diarreia e vômito. Aí ele vai ficar para fazer soro. Vou dizer que vou à rua comprar algo para comer e vou abandonar. No hospital, eles não pedem muita coisa. Vou dar outro nome e já era.
O namorado alerta que tem “câmera em tudo”, mas a mãe sugere que não teme ser flagrada. “Azar. Eu não tenho medo de nada. Levo numa UPA, então”, afirmou.
O caso das torturas chegou ao Conselho Tutelar de Canoas por denúncia anônima na última semana, e o órgão acionou a Polícia Civil. No mesmo dia, a criança saiu das mãos da mulher e está sob guarda de parentes. Em depoimento, a criança confirmou que era agredido pela mãe. Já a mulher, em esclarecimentos iniciais, negou que tenha praticado o crime.
Para o delegado Mário Souza, a morte do garoto estava “desenhada” em razão das constantes torturas sofridas pela vítima. “Era uma situação terrível. Se não tivéssemos agido logo, com certeza a criança morreria. Era uma morte desenhada e possivelmente aconteceria uma tragédia”, disse o delegado, ao UOL.
Apesar de a mãe não ter confessado a prática, segundo a investigação, a conjectura das provas indicam que a mulher passou a torturá-lo para ficar sozinha com o namorado. “A mãe não disse a motivação, mas tudo leva a crer que gostaria de afastar a criança do convívio do casal”, sustenta o delegado.