No última sexta-feira, 31, a Polícia Civil do Piauí prendeu temporariamente Maria dos Aflitos, mãe e avó das vítimas de um envenenamento ocorrido em 1º de janeiro, em Parnaíba. O caso envolve o consumo de arroz contaminado com uma substância tóxica, semelhante ao chumbinho, durante um almoço em família.
Entre as vítimas fatais estão dois filhos e três netos de Maria dos Aflitos: Manoel Leandro da Silva, de 18 anos; Francisca Maria da Silva, de 32 anos; Igno Davi Silva, de 1 ano e 8 meses; Maria Lauane Fontenele, de 3 anos; Maria Gabriele Fontenele, de 4 anos; e Maria Jocilene da Silva, de 41 anos, que inicialmente sobreviveu, mas morreu 20 dias depois.
Investigação
A prisão de Maria dos Aflitos ocorreu após a detenção de seu marido, Francisco de Assis Pereira da Costa, que é considerado o principal suspeito do crime. Em depoimento, a mulher contou que, após cometer os crimes contra a própria família, envenenou Maria Jocilene da Silva, uma das vítimas que foi internada após consumir o arroz e ser liberada.
Após 20 dias, Maria dos Aflitos teria oferecido café com veneno para a vizinha, a fim de incrimina-la pela morte da família e tirar a culpa do marido, colocando a morte da vítima como um possível suicídio.
“Eu fiz isso, mas eu me arrependo. Me arrependo amargamente”, confessa Maria dos Aflitos. A mulher assumiu que não comprou os venenos, mas que a culpa deveria ser do marido dela.
Motivação
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Piauí, a principal motivação do crime seria a situação econômica da família e que o casal queria se ”livrar” dos filhos de Maria devido a “situação de muita pobreza” que viviam. Além dos suspeitos, morava na casa as vítimas do envenenamento e outros filhos da mulher.
A secretaria também informou que, durante uma procura na residência da família, foi encontrado livros que retratava assuntos envolvendo nazismo. “Todo material foi analisado, em um livro específico nós observamos alguns grifos. Teve uma frase sublinhada pelo Francisco de Assis que dizia o seguinte: os venenos devem ser sem gosto e sem cheiro”, disse o delegado.
Os acusados também são investigados pela morte de outros dois netos de Maria dos Aflitos, mortos em agosto de 2024 após consumirem cajus envenenados.