A Polícia Civil de Goiás (PCGO) cumpriu mandados de prisão e apreensão a uma mulher suspeita de estelionato, em Trindade, Região Metropolitana de Goiânia. De acordo com a corporação, Karla Dias Meireles Ferro, oferecia a venda, de forma enganosa e fraudulenta, de imóveis no âmbito do programa federal de habitação “Minha Casa, Minha Vida”.
O caso foi deflagrado a partir de denúncias que chegaram à Delegacia Regional de Trindade. Karla vendia apartamentos, localizados no Residencial Santa Fé, que não estavam à venda, pois já haviam sido entregues aos respectivos donos no ano de 2017.
As investigações mostraram que a suspeita cobrava um sinal para os interessados em adquirirem um imóvel, variando entre R$ 2 a R$ 6 mil, como uma forma de garantir a compra do imóvel enquanto a documentação fosse autorizada.
Ao Jornal Diário do Estado (DE), o delegado Matheus Feitosa contou que Karla pagava comissões para intermediários captarem vítimas, a partir desse momento ela negociava sozinha. A suspeita utilizava o argumento de que eram apartamentos não contemplados do programa minha casa minha vida e pedia um sinal de R$ 2 mil a R$ 6 mil reais.
Por se tratar de uma venda fraudulenta, as vítimas não recebiam os apartamentos e ficaram no prejuízo financeiro do valor depositado. Enquanto isso, a investigada obtinha as vantagens indevidas, em prejuízo de dezenas de vítimas, a maior parte, de baixa renda.
Ainda de acordo com as investigações da PC, Karla chegou a movimentar R$ 500 mil em conta bancária em menos de dois meses, a partir de depósitos de diferentes pessoas. Até o momento foi apurado que a suspeita fez aproximadamente 50 vítimas.
“O que a PCGO pode fazer é catalogar as vítimas, ouvi-las e estimar o valor do prejuízo. A partir do valor do prejuízo causado e no final do julgamento, o Poder Judiciário pode sentenciar a vítima a reparar o dano”, contou o delegado sobre o ressarcimento às vítimas.
Durante as investigações, apurou-se que a investigada comercializava esses apartamentos de forma totalmente enganosa, desde o ano de 2019.
A suspeita deve continuar presa até o envio do Inquérito Policial, que será realizado dentro de 10 dias. Karla não possui nenhum antecedente criminal e até o momento foi confirmado que ela agia sozinha. Caso condenada, poderá pegar entre um a cinco anos de prisão por cada vítima.