Mulher entra na Justiça após Bolsonaro dizer na ONU que auxílio foi de mil dólares

Uma dona de casa no Rio de Janeiro entrou na Justiça após o presidente Jair Bolsonaro dizer, em discurso na ONU, que Auxílio Emergencial foi de “aproximadamente mil dólares”.

Segundo ela, só teria recebido quatro parcelas de R$ 600 reais, o que corresponderia a cerca de 430 dólares. As advogadas Leila Loureiro e Noemy Titan, juntamente com a beneficiada, pedem indenização de R$ 9.420 por “danos morais”. A União Federal já foi intimada e tem 10 dias para prestar esclarecimentos.

Acontece que a Secretaria de Comunicação do governo já havia explicado a fala do presidente: na primeira fase do auxílio, os cidadãos receberam 5 parcelas que variam entre 600 e 1.200 reais, com média geral de R$ 3.783 por pessoa, ou cerca de 715 dólares.

Na segunda fase são mais 4 parcelas de R$ 300, ou o dobro para mães solteiras. A média geral agora é de 243 dólares por pessoa. Somando as duas fases, 715 + 243, o resultado é 958 dólares, ou, como disse Bolsonaro, “aproximadamente” mil dólares.

(imagem: Adriano Machado/ Reuters)

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp