Presa em Tremembé, mulher investigada por mortes de nora e filha tem ajudante e participa de coral, diz advogado
Elizabete Arrabaça, de 68 anos, já é ré em processo sobre morte da nora, Larissa Rodrigues, e foi denunciada em processo sobre morte da própria filha, Nathália Garnica. Os casos ocorreram entre fevereiro e março deste ano.
A Juíza de Pontal transferiu a ação da morte da filha de Elizabete Arrabaça para Ribeirão Preto.
Presa preventivamente na Penitenciária de Tremembé desde o dia 20 de agosto, Elizabete Arrabaça, de 68 anos, tem reclamado da saúde debilitada e conta com a ajuda de uma das detentas para se locomover. Segundo o advogado de defesa, Bruno Corrêa, ela está sempre acompanhada de uma outra presa que presta esse serviço de ajudante.
Segundo o advogado, além de participar do coral da unidade prisional, Elizabete realiza outras atividades dentro da prisão.
– Ela estava participando do coral da unidade e alguns outros afazeres que a própria unidade acaba proporcionando para o preso. Elizabete é ré no processo que investiga a morte da nora, Larissa Rodrigues, e foi denunciada no processo que investiga seu envolvimento na morte da própria filha, Nathália Garnica.
A transferência de Elizabete para Tremembé, conhecido como o “Presídio dos Famosos”, ocorreu a pedido do advogado dela, há três meses. A decisão foi baseada em questões de segurança na Penitenciária de Votorantim, onde novas detentas com histórico de violência estavam para chegar no local.
Ela e o filho, o médico Luiz Antônio Garnica, respondem por feminicídio triplamente qualificado pela morte da professora de pilates Larissa, de 37 anos, e Elizabete também foi denunciada por feminicídio triplamente qualificado pela morte da veterinária Nathália, de 42 anos.
Recentemente, a juíza titular de Pontal alegou conexão probatória no processo que investiga a morte de Nathália e determinou a transferência do mesmo para a 2ª Vara do Júri de Ribeirão Preto, para que sejam julgados juntos.
Para o promotor de Justiça Marcus Túlio Nicolino, a morte de Nathália deveria permanecer sob investigação da Comarca de Pontal, onde o caso aconteceu, devido ao risco de atrasos no julgamento do caso de Larissa que já está em fase avançada.
A audiência de instrução do processo que investiga a morte de Larissa ouviu Luiz Garnica e Elizabete Arrabaça. Enquanto o médico manteve a acusação contra a mãe, Elizabete negou envolvimento com a morte da nora e desqualificou as acusações feitas por ela mesma em carta enviada da prisão.
Durante as investigações, a Polícia Civil e o Ministério Público passaram a suspeitar que um pedido de divórcio de Larissa e problemas financeiros motivaram o crime. O laudo toxicológico apontou a presença de chumbinho no corpo de Larissa e indicou que ela foi envenenada aos poucos.
Nathália Garnica morreu também envenenada com chumbinho. Elizabete e Luiz Antônio Garnica foram presos por suspeita de participação na morte de Larissa e, posteriormente, passaram a ser investigados pela morte de Nathália devido à semelhança dos casos.




