Mulher morre com tiro na cabeça ao tentar salvar marido

Carla Sampaio Braga, de 43 anos, foi morta com um tiro na cabeça durante uma tentativa de assalto em São Vicente, no litoral de São Paulo, no último domingo (23).

A promotora de vendas entrou em luta corporal com um dos criminosos para tentar defender o marido, quando foi atingida pelo disparo. Até o momento, ninguém foi preso.

O caso ocorreu na Rua Walt Disney, no bairro Cidade Náutica. Na casa, além da vítima, estavam o marido e filho do casal. Segundo o relatado pelos dois homens à Polícia Militar, Carla e o esposo estavam deitados no quarto, que fica em frente à piscina do sobrado, quando ouviram um barulho na residência.

O marido, que também tem 43 anos e trabalha como supervisor em uma siderúrgica, levantou-se e se deparou com um criminoso encapuzado próximo à porta. Ele entrou em luta corporal com o suspeito e, nesse momento, Carla foi ao encontro dos dois para tentar defender o marido. Foi quando um segundo criminoso se aproximou e disparou contra a cabeça da vítima.

Ainda de acordo com a polícia, ao mesmo tempo, em outro quarto do sobrado, o filho do casal, de 18 anos, dormia quando foi surpreendido por outros três criminosos, todos encapuzados. Um deles colocou a mão em sua boca, anunciou o assalto e disse para ele não gritar.

Instantes depois, o trio ouviu o tiro disparado no outro cômodo e fugiu.

Na sequência, a quadrilha foi embora sem levar nenhum pertence da família. A Polícia Militar foi acionada e encontrou o corpo de Carla já sem vida, próximo à piscina. A perícia da Polícia Civil e a Divisão de Homicídios de Santos também foram acionadas e estiveram no local.

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A Secretaria da Segurança Pública (SSP) confirmou que as câmeras corporais registraram a ocorrência. O autor do disparo e o segundo policial militar que participou da abordagem prestaram depoimento e permanecerão afastados das atividades operacionais até a conclusão das apurações. A investigação abrange toda a conduta dos agentes envolvidos, e as imagens das câmeras corporais serão anexadas aos inquéritos conduzidos pela Corregedoria da Polícia Militar e pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
 
O governador Tarcísio de Freitas, de São Paulo, lamentou a morte de Marco Aurélio por meio de rede social. “Essa não é a conduta que a polícia do Estado de São Paulo deve ter com nenhum cidadão, sob nenhuma circunstância. A Polícia Militar é uma instituição de quase 200 anos, e a polícia mais preparada do país, e está nas ruas para proteger. Abusos nunca vão ser tolerados e serão severamente punidos,” disse o governador.
 
O ouvidor da Polícia do Estado de São Paulo, Claudio Silva, avalia que há um retrocesso em todas as áreas da segurança pública no estado. Segundo ele, discursos de autoridades que validam uma polícia mais letal, o enfraquecimento dos organismos de controle interno da tropa e a descaracterização da política de câmeras corporais são alguns dos elementos que impactam negativamente a segurança no estado. O número de pessoas mortas por policiais militares em serviço aumentou 84,3% este ano, de janeiro a novembro, na comparação com o mesmo período do ano passado, subindo de 313 para 577 vítimas fatais, segundo dados divulgados pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) até 17 de novembro.
 
O Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial (Gaesp) do MPSP faz o controle externo da atividade policial e divulga dados decorrentes de intervenção policial. As informações são repassadas diretamente pelas polícias civil e militar à promotoria, conforme determinações legais e resolução da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP).

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