Mulher morta em calçada de hospital gera indenização de R$150 mil

Filho de mulher que faleceu em calçada de hospital será indenizado

O filho recebeu a notícia da morte da mãe por meio de um vídeo nas redes sociais, onde a mulher estava deitada na calçada do Hospital Municipal de Urgências (HMU) em Guarulhos, região da Grande DE São Paulo. O trágico acontecimento ocorreu em junho de 2020, e como consequência, a 2ª Vara da Fazenda Pública da cidade determinou uma indenização no valor de R$ 150 mil a ser paga pelo município e pelo hospital.

Apesar do município de Guarulhos ter recorrido da decisão, a 8ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de DE Paulo manteve a sentença, demonstrando que houve negligência no atendimento à paciente. O filho da vítima alegou inicialmente que houve omissão de socorro, porém, os autos do processo revelaram que a mulher havia dado entrada no hospital com problemas de pressão alta e taquicardia no dia 9 de junho de 2020.

No dia seguinte à internação, o filho entrou em contato com o hospital para verificar o estado de saúde da mãe, sendo orientado a aguardar pelo médico responsável. Às 14h daquele dia, enquanto se dirigia ao hospital, o filho recebeu um vídeo pelo WhatsApp de uma conhecida, onde visualizou a mãe inconsciente na calçada. Prontamente, ele se dirigiu à unidade e descobriu que a mulher do vídeo era a sua mãe e que ela havia falecido.

Os relatos das testemunhas presentes no local indicam que a mulher teria sido liberada do hospital com medicação intravenosa e pulseira de identificação, entretanto, desmaiou na calçada do lado de fora. Testemunhas afirmaram que os funcionários do HMU se recusaram a prestar socorro, e somente após o óbito ser confirmado é que o SAMU foi acionado, chegando ao local 40 minutos depois.

A prefeitura de Guarulhos alegou que a paciente foi liberada do hospital na madrugada do dia 10 de junho, contudo, alegam que ela não aguardou a devida autorização para sair. A prefeitura também citou o histórico da paciente com uso de tabaco, drogas e álcool como fatores contribuintes para a sua morte.

O julgamento realizado pelos desembargadores da 8ª Câmara de Direito Público do TJSP confirmou a responsabilidade do município e do hospital no caso, determinando a indenização ao filho da vítima. O Metrópoles entrou em contato com a Prefeitura de Guarulhos em busca de um posicionamento, mas até o momento não obteve resposta.

É fundamental que casos de negligência como esse sejam trazidos à tona para que haja transparência e prestação de contas por parte das autoridades responsáveis. O respeito à vida e à saúde dos cidadãos deve ser prioridade em qualquer situação, a fim de evitar tragédias como a que afetou essa família em Guarulhos.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Presidente da Câmara Municipal suspeito de tráfico e compra de votos

Quem é o presidente da Câmara Municipal suspeito de atuar pelo tráfico

Reeleito com 3.744 votos e o 3º vereador mais bem votado de Boa Vista, Genilson Costa foi preso pela Polícia Federal (PF) em 6 de outubro. Principal alvo da Operação Martellus, deflagrada pela Polícia Federal (PF), na manhã desta quarta-feira (18/12), o presidente da Câmara Municipal de Boa Vista (RR), Genilson Costa (Republicanos), é suspeito de integrar associação criminosa formada durante as eleições de 2024 e voltada à compra de votos e à prática de outros crimes eleitorais.

Reeleito com 3.744 votos e o terceiro vereador mais bem votado de Boa Vista, Genilson Costa (foto em destaque) foi preso pela Polícia Federal (PF) em 6 de outubro deste ano. A prisão ocorreu durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão em sua residência, no bairro Cinturão Verde, zona oeste de Boa Vista.

Durante a operação, foram apreendidos R$ 26 mil em espécie, encontrados no closet e no carro dele, além de listas rasgadas com nomes de eleitores descartadas no lixo.

A PF também encontrou 1,7 grama de ouro em estado bruto, avaliado em R$ 797, o que levou ao enquadramento no crime de usurpação de bens da União devido à origem suspeita do minério, associado ao garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami. A operação foi motivada por uma ligação recebida pelo Disk Denúncia Eleitoral um dia antes, indicando intensa compra de votos em outro imóvel no bairro Santa Tereza. No local, a PF encontrou cerca de 10 pessoas, que confirmaram ter recebido R$ 100 e santinhos do vereador Genilson.

O Ministério Público destacou indícios claros de caixa dois eleitoral e compra ilícita de votos em um esquema “organizado e intenso”, reforçado pela tentativa de destruição de provas com as listas de eleitores rasgadas. A coluna não localizou a defesa do vereador. O espaço segue aberto para eventuais manifestações.

Além das novas acusações, Genilson já é investigado pela Justiça por suspeita de integrar um esquema de tráfico de drogas em Roraima, com negociações ocorrendo até dentro de seu gabinete na Câmara, segundo o Ministério Público de Roraima (MPRR). Ele negou as acusações na época. Reeleito para o terceiro mandato seguido em Boa Vista, e somando outros anteriores no interior do estado, Genilson se apresentava como defensor do desenvolvimento regional e da valorização do servidor público, da agricultura e do esporte e lazer.

A corporação cumpre 18 mandados de busca e apreensão, bem como 14 de prisão temporária, todos expedidos pela Justiça da 1ª Zona Eleitoral de Roraima. A investigação começou após a prisão em flagrante de 10 pessoas, em 5 de outubro último, por corrupção eleitoral. Na ocasião, um suspeito apontado como líder de campanha teria cooptado cidadãos para votarem em um candidato que disputava a reeleição ao cargo de vereador do município de Boa Vista (RR). Em contrapartida ao voto, essas pessoas teriam recebido valores de R$ 100 a R$ 150. O vereador ainda tinha um grupo em aplicativo de mensagens, por meio do qual os envolvidos faziam prestação de contas sobre o esquema. Ao menos R$ 1 milhão teria sido usado na compra de votos. O inquérito policial apontou, ainda, que o vereador — investigado anteriormente por diversos outros crimes — teria recebido patrocínio do tráfico para exercer as atividades parlamentares, inclusive ao disputar a presidência da casa legislativa municipal. Os investigados podem ser indiciados por associação criminosa, corrupção eleitoral, falsidade ideológica eleitoral, transporte ilegal de eleitores, violação do sigilo do voto, violação de sigilo funcional, prevaricação e lavagem de dinheiro.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp