Press "Enter" to skip to content

Mulher que teve casa incendiada em Florianópolis esclarece história

Última atualização 28/10/2021 | 20:44

Em abril deste ano, um vídeo circulou pelas redes sociais mostrando uma casa sendo incendiada, após uma gambiarra, envolvendo gasolina e fogo. No vídeo, um homem mostra como gerar fogo para cozinhar, utilizando um compressor e um “maçarico”. Em determinado momento do vídeo, o fogo se espalha pela casa e a imagem some mas é possível ouvir pessoas gritando e mandando sair de dentro da casa.

Em uma versão editada, uma segunda parte do vídeo, mostra algumas pessoas do lado de fora de uma casa, queimadas e sendo socorridas pelo corpo de bombeiros. Nessa versão, um homem está muito ferido e gritando de dor. Na época, alguns veículos noticiaram a história como sendo o ex-marido de um mulher que tentou matá-la queimada.

Nesta quarta-feira (27), Josiane Checchi, a mulher que aparece na segunda parte do vídeo, procurou a nossa equipe e contou o que realmente aconteceu. A mulher relata que o incêndio começou após um homem, com qual ela não tinha nenhuma ligação mais, invadir a casa e tentar matar todos.

A história real

Casa incendiada / Foto: Arquivo Pessoal

Josiane morava em Florianópolis (SC), com os 3 filhos e o ex-marido, Eduardo, de 44 anos. Por motivos diversos, o casamento não deu certo, porém eles ainda moravam juntos até um dos dois conseguir pagar um aluguel. Segundo Joseane, ela optou por sair já que a casa era da família de Eduardo.

Apesar de morarem juntos, o ex-casal se dava bem e respeitavam qualquer relacionamento que tivessem. Solteira, Joseane se envolveu com Marlon dos Santos, de 46 anos, um colega de trabalho. Segundo Joseane, Marlon era possessivo então o romance não se prolongou. “Eu fiquei com o Marlon umas três vezes. A gente trabalhava na mesma empresa , só que eu falei pra ele que não queria nada sério com ele, pq já tinha percebido que ele era muito possessivo, e falei que, como eu estava em processo de separação, eu não queria nada sério com ninguém e ele não aceitou”, relata Josiane.

Ela também afirma que havia uma ordem de restrição para que Marlon não se aproximasse dela, pois durante esse período em que tiveram juntos, ele já havia tentado matar ela, com uma faca.

“Em novembro ele entrou no meu carro com uma faca e me fez dirigir até um motel e lá queria me matar e se matar depois, só que graças a Deus consegui mandar minha localização pra minha filha mais velha, e ela chamou a polícia que chegando lá, arrombou a porta e levou ele preso. Ficou só 47 dias e foi liberado aí depois que ele saiu, ficou planejando”.

Era 6h da manhã de uma sexta-feira, dia 19 de fevereiro de 2021, quando Marlon invadiu a casa onde morava Josiane, os filhos e Eduardo. Josiane conta que Eduardo dormia na sala, portanto quando ela chegou na cozinha, por onde Marlon havia invadido a casa, os dois estavam em uma luta corporal. “Fui ajudar pra por ele para fora. Nisso, ele estava com um galão de gasolina e derramou sobre a gente a minha filha saiu do quarto dela para ver o que estava acontecendo e pisou na gasolina”, conta.

Josiane conta que Marlon segurava algo na mão e logo após a briga ele jogou fogo na casa e se trancou no banheiro. Marlon teve 90% do corpo queimado e morreu dois dias no hospital. Eduardo também ficou gravemente ferido e teve 70% do corpo queimado, após sete dias internado não resistiu aos ferimentos e também faleceu.

Antes do acidente, Josiane planejava se mudar no domingo, 14 de fevereiro. Ela conta que se Marlon tivesse invadido sua casa depois da mudança, ela e os filhos teriam morrido também. “E se eu já estive mudado para outra casa acho que teríamos morrido todos porque foi ele [Eduardo] quem impediu o Marlon de entrar”, afirma.

Além do casal e da filha, haviam mais duas crianças na casa: uma de 5 e outra de sete anos. O genro de Josiane, Gabriel, também estava presente. Josiane contou que as crianças foram resgatadas por Gabriel pela janela  e não sofreram ferimentos. Joseane conta que ela e a filha (que teve 25% do corpo queimado), ficaram seis meses no hospital.  “Eu e o Eduardo, apesar de estarmos separados e morando juntos, ainda a gente se dava bem , só não dava mais como casal , sempre foi um bom pai para nós filhos”, desabafa.

Isso vai fechar em 0 segundos