Mulher relata sequelas após peeling: “Poderia ter morrido” – Caso de lesão corporal grave no Paraná

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“Poderia ter morrido”, diz mulher que sofreu queimaduras graves após peeling feito por farmacêutico no Paraná

Profissional virou réu por lesão corporal grave e falsidade ideológica. Vítima relata sequelas físicas e emocionais.

Uma mulher teve queimaduras graves no rosto, pescoço, colo e braços — Foto: Arquivo pessoal

O farmacêutico Tiago Tomaz da Rosa, que atuava na Clina Revive, em Cascavel, no oeste do Paraná, se tornou réu pelos crimes de lesão corporal grave e falsidade ideológica após realizar um peeling de fenol que causou queimaduras severas em uma cliente, em junho de 2018, segundo o Ministério Público do Paraná (MP-PR).

A vítima, de 43 anos, que preferiu não se identificar, contou ao DE que o procedimento deixou marcas permanentes e abalou sua vida emocional.

Conforme o MP, Tiago aplicou o produto sem exames prévios ou avaliação clínica, mesmo após a paciente informar que tinha doença renal grave e alergias — condições que contraindicariam o uso do fenol.

O produto foi usado em excesso no rosto, pescoço, colo, mãos e braços, o que resultou em lesões graves e permanentes.

O advogado Hélio Ideriha Júnior, que representa Tiago, disse que o profissional agiu dentro dos limites da profissão e que o procedimento era autorizado pelo Conselho Regional de Farmácia na época.

“A defesa vai demonstrar que ele agiu dentro das normas e que o resultado, embora lamentável, pode ocorrer como efeito colateral”, afirmou.

A vítima contou que o farmacêutico não explicou os riscos do procedimento e que tentou “corrigir” as queimaduras, o que piorou o quadro.

As marcas são permanentes e abalaram o emocional da vítima — Foto: Arquivo pessoal

Os laudos anexados ao processo apontam que a vítima teve cicatrizes permanentes, inflamações e hipersensibilidade na pele, além de ter ficado incapacitada para o trabalho por mais de 30 dias.

Segundo a denúncia, após o procedimento, Tiago ainda usou indevidamente o carimbo e a assinatura da esposa, que é médica e estava em licença-maternidade, para falsificar receitas e documentos, tentando dar aparência de legalidade ao ato.

A vítima afirmou que o farmacêutico prescreveu medicamentos sem prescrição médica.

“Ele me deu remédios sem eu saber o que eram. Eu mandava mensagens preocupada com as reações e ele dizia que era normal, que no fim eu ia ficar linda”, contou.

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