Suspeita de envenenar ovo de Páscoa é transferida para presídio em São Luís
Jordélia Pereira Barbosa, de 35 anos, foi transferida neste domingo (20) para a Unidade Prisional de Ressocialização Feminina de São Luís (UPFEM). A mãe e a irmã do menino que morreu após comer o ovo de Páscoa ainda estão internadas em estado grave.
Jordélia Pereira Barbosa, de 35 anos, foi presa por suspeita de envenenar ovo de Páscoa no Maranhão — Foto: Reprodução/Redes Sociais
A mulher presa por suspeita de envenenar um ovo de Páscoa e enviar para uma família de Imperatriz, no sudoeste do Maranhão, foi transferida neste domingo (20), para a Unidade Prisional de Ressocialização Feminina de São Luís (UPFEM).
A prisão preventiva de Jordélia Pereira Barbosa, de 35 anos, foi decretada durante a audiência de custódia realizada na sexta-feira (18). Ela estava presa em Santa Inês (MA) e, segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (SEAP), ela deve permanecer no presídio à disposição da Justiça durante o curso das investigações.
Quem é a mulher presa suspeita de envenenar ovo de Páscoa que matou criança de sete anos no MA
Três familiares comeram o ovo de Páscoa suspeito de estar envenenado. Um menino de 7 anos morreu, na quinta-feira (17) e foi enterrado nessa sexta-feira (18). A mãe dele e a irmã dele estão internadas em estado grave em Imperatriz.
A mulher é ex-companheira do atual namorado de Mirian Lira, uma das vítimas. Em depoimento, ela confessou ter comprado o chocolate mas nega ter colocado veneno. De acordo com as investigações, o crime teria sido motivado por ciúmes e vingança. A polícia realiza perícias para saber se havia veneno no chocolate e determinar qual a causa da morte da criança.
DE não conseguiu localizar a defesa da suspeita até a publicação desta reportagem.
Suspeita de envenenar ovo de Páscoa se disfarçou para comprar chocolate em loja
A mulher é acusada de ter se disfarçado para comprar o chocolate envolvido no envenenamento. Imagens de câmeras de segurança e depoimentos ajudaram a Polícia Civil do Maranhão (PCMA) a localizá-la.
IMAGENS: análises de imagens de câmeras de segurança, comprovantes de compras e depoimentos ajudaram a Polícia Civil do Maranhão (PCMA) a localizar Jordélia.
De acordo com Manoel Almeida, delegado-geral da Polícia Civil do Maranhão, todos os indícios e provas reunidas pelos investigadores apontam Jordélia Pereira Barbosa como suspeita de ter envenenado a família.
“A gente pode dizer, com o que já colhemos até agora, que temos elementos suficientes para apontar essa autoria para essa pessoa que foi presa. Agora a gente vai esclarecer os detalhes. Que veneno foi esse, o tipo, isso a perícia vai apontar, para que possamos robustecer a nossa investigação e apresentá-la ao Judiciário”, afirmou o delegado-geral.
As amostras dos ovos de Páscoa foram coletadas e encaminhadas para análise no Instituto de Criminalística. O laudo deve ficar pronto em 10 dias. Além disso, já foi solicitada à perícia a coleta de sangue das vítimas para identificar se há algum tipo de veneno, bem como foi pedida a análise dos produtos encontrados com a suspeita.
DE Pereira usou identidade falsa para tentar fazer reserva em hotel de Imperatriz (MA). Para conseguir reservar um hotel em Imperatriz, ela disse que era mulher trans e apresentou crachá falso para conseguir fazer o cadastro no estabelecimento. Ela usou um crachá em que havia uma foto dela de peruca preta, o nome falso de Gabrielle Barcelli e a inscrição ”Gastrônomia” – com erro de acentuação – , indicando uma suposta profissão.
Em uma conversa em aplicativo de mensagem, ela disse para a atendente que estava em processo de mudança de nome e, por isso, não poderia apresentar um documento de identidade. A recepção do hotel aceitou a condição e assim, ela conseguiu fazer a reserva.
Jordélia Pereira viajou 384 km entre Santa Inês e Imperatriz em ônibus interestadual que liga os dois municípios. Ela saiu de Santa Inês, por volta de 0h30 da madrugada de quarta-feira (16) e chegou em Imperatriz no mesmo dia, pela manhã. No decorrer das investigações, foram encontradas provas que incriminam Jordélia, como a hospedagem em um hotel e a compra de chocolates suspeitos.
A família recebeu o ovo na noite desta quarta-feira (16), por meio de um motoboy, como se fosse um presente. Com o ovo havia um bilhete com a mensagem: “Com amor, para Mirian Lira. Feliz Páscoa”. As três pessoas de uma mesma família comeram o doce.
Após ter recebido o doce, Mirian Lira recebeu a ligação de uma mulher, não identificada, que questionou se ela havia recebido o ovo de Páscoa. A vítima atendeu a ligação, chegou a perguntar quem falava ao telefone, mas a mulher não respondeu.
Luís Fernando, de 7 anos, filho de Mirian, foi o primeiro a começar a passar mal. O pai da criança e ex-marido de Miriam, foi chamado e a família levou a criança para o Hospital Municipal de Imperatriz (HMI). A criança chegou a ser entubada, mas não resistiu e morreu horas após ter sido internada.
Já Mirian só começou a apresentar sintomas de envenenamento quando estava no hospital, logo após o filho ter sido entubado. As mãos da vítima começaram a ficar roxas e ela começou a sentir dificuldade de respirar. Ela foi internada na UTI do Hospital Municipal de Imperatriz.
Logo após Mirian começar a passar mal, a filha dela, Evelyn Fernanda Rocha Silva, de 13 anos, também deu entrada no hospital com os mesmos sintomas. A menina também havia comido o ovo de Páscoa. A situação alarmante fez com que as investigações se aprofundassem e levassem à prisão de Jordélia Pereira Barbosa.
Portanto, o caso do envenenamento do ovo de Páscoa no Maranhão continua em destaque, com a polícia investigando cada detalhe para esclarecer a autoria e a motivação por trás desse trágico acontecimento. A prisão da suspeita representa um passo importante para a resolução desse mistério e para a busca por justiça em nome das vítimas. Agora, resta aguardar pelos resultados das perícias e pela conclusão das investigações para que o caso seja encerrado de forma satisfatória.