Eu Te Explico #124: vozes da axé music – os desafios de mulheres que escolheram
viver da música que sustenta o carnaval
Neste episódio, o podcast traz as participações especiais das cantoras Márcia Freire e Márcia Short, duas vozes marcantes que contribuíram significativamente para a história dos grupos Cheiro de Amor e Banda Mel.
Com a axé music completando 40 anos em 2025, é importante destacar o papel de grandes vozes femininas nesse gênero musical. No bate-papo com o apresentador Fernando Sodake, Márcia Freire e Márcia Short compartilham suas experiências e os desafios enfrentados por mulheres que decidiram se dedicar à música que embala o carnaval.
A trajetória dessas artistas é marcada por obstáculos sensíveis que fazem parte do cenário da axé music, incluindo casos de machismo, misoginia, racismo e até boicote por parte de empresários. Mesmo com os sucessos que emplacaram nos grupos Cheiro de Amor e Banda Mel, a indústria da música se mostra muitas vezes cruel e permeada por questões delicadas.
Márcia Short, por exemplo, ressalta que o simples fato de ser mulher já implica em um custo extra, que se torna ainda mais desafiador por ser negra. Suas memórias guardam histórias dolorosas que refletem a difícil realidade enfrentada por artistas femininas no meio musical.
Ao falar sobre a sociedade patriarcal e machista em que estamos inseridos, Márcia Freire destaca a importância de estar em uma banda como forma de proteção, embora os desafios não sejam totalmente mitigados. A estrutura social baseada em valores misóginos e violentos faz com que as mulheres precisem constantemente provar sua capacidade e resistência.
Para as cantoras de axé, a jornada nos trios e palcos exige sacrifícios e renúncias significativas. Márcia Freire reconhece que, ao longo do tempo, percebeu desigualdades na distribuição de lucros na banda Cheiro de Amor, o que a fez refletir sobre o verdadeiro custo de sua dedicação à música.
Além dos desafios do passado, Márcia Short destaca a evolução e consolidação do axé ao longo das décadas. No entanto, ela ressalta a necessidade de renovação e fortalecimento do movimento para garantir seu futuro e relevância no cenário musical. O legado das vozes femininas na axé music é inegável e merece ser celebrado e preservado para as gerações futuras.