O programa do Governo de Goiás Pra Ter Onde Morar – Aluguel Social chega a março de 2023, mês da mulher, com mais de 38 mil famílias atendidas em todo o Estado. Entre os números da iniciativa, um se destaca: 93% destas famílias são comandadas por mulheres.
Criado no final de 2021 pelo governador Ronaldo Caiado, por meio da Agência Goiana de Habitação (Agehab), o auxílio mensal de R$ 350 tem entre as beneficiárias a coletora de recicláveis Zilma Gomes da Silva, de 77 anos, com quem moram três netos. “Essa é uma bênção para mim, o dinheiro que eu tirava para o aluguel, agora pago alimentos para os meus netos. Você não imagina a importância desse benefício. Nossa vida melhorou muito”, comemora.
A história de dona Zilma ilustra o alcance da modalidade. “Priorizamos o atendimento a mulheres porque grande parte das vezes elas sustentam sozinhas a casa e cuidam dos filhos, até mesmo de netos. A realidade delas é de perseverança. O Estado tem dever de chegar a quem mais precisa”, destaca o presidente da Agehab, Pedro Sales.
No Dia da Mulher, ele faz questão de lembrar as ações da agência voltadas à promoção de dignidade habitacional para elas. Segundo Pedro, além das mulheres chefes de família, as mulheres vítimas de violência doméstica também são prioritárias. No caso da regularização fundiária urbana, a escritura sai preferencialmente no nome da mulher, pois é ela quem geralmente fica com os filhos em casos de separação.
Thainara Corrêa Vieira, de 25 anos, cuida sozinha de duas crianças pequenas. Ela afirma que antes do Aluguel Social chegou a passar fome. “É muito difícil chegar no final do mês e ter de escolher entre pagar aluguel e comprar comida. Não consigo descrever o quanto sou grata por esse benefício. Sempre choro quando falo sobre como mudou minha vida”, relata Thainara, que está desempregada, mas agora “consegue garantir todos os dias a mistura do almoço”.
Realização de sonhos
Moradora do Jardim Presidente, em Goiânia, Gilmara Jesus da Hora tinha dois sonhos: fazer faculdade e conquistar a casa própria. O primeiro, acabou de realizar: cursa Educação Física na Universidade Estadual de Goiás (UEG) desde o início do ano. Antes disso, Gilmara trabalhava como diarista. “Depois que comecei a receber o Aluguel Social a vida melhorou em todos os aspectos. Já estou na faculdade e consegui matricular minha filha no curso de natação, outra coisa que a gente queria fazer faz tempo”, conta a mãe de uma menina de 5 anos.
Segundo Gilmara, todo mês era aquela angústia ter que separar o dinheiro do aluguel. “Agora não. O dinheiro do aluguel cai na conta certinho. O que sobra abre espaço para planejar e realizar sonhos. Consegui focar nos estudos e o resultado foi a aprovação no vestibular”, contou. Segundo ela, o Aluguel Social dá uma força enquanto não realiza o segundo sonho. “Sei que logo vou conseguir minha casa. Enquanto isso, tenho essa segurança”.