Municípios do Extremo Sul da Bahia buscam reparação de R$780 milhões por tragédia de Mariana: Justiça e meio ambiente em foco

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Cidades do extremo sul da Bahia clamam por justiça e reparação de R$ 780 milhões às empresas responsáveis pela tragédia de Mariana, em Minas Gerais, ocorrida em 2015. Caravelas, Nova Viçosa, Prado, Mucuri e Alcobaça uniram-se para exigir o ressarcimento dos danos causados pelo rompimento da Barragem de Fundão, de propriedade da Samarco e controlada pela Vale e BHP Brasil. A Ação Civil Pública (ACP) foi movida contra as mineradoras, que, segundo os municípios, não consideraram os impactos ambientais nas cidades baianas.

A tragédia ambiental de novembro de 2015 resultou na morte de 19 pessoas e na contaminação do Rio Doce, afetando diretamente os municípios litorâneos do extremo sul da Bahia. No entanto, essas cidades foram excluídas da repactuação entre as empresas, governos e instituições de Justiça. Em documento protocolado na Vara Cível de Nova Viçosa, as gestões locais denunciaram a ausência de medidas reparatórias nos últimos 10 anos, apesar dos danos causados.

Estudos realizados identificaram os impactos ambientais do rompimento da barragem no litoral sul da Bahia, evidenciando altos índices de metais pesados como ferro, cádmio e chumbo. A biodiversidade e a produtividade local foram comprometidas, afetando diretamente atividades econômicas essenciais, como a pesca artesanal e o turismo. Os municípios destacaram que a contaminação da água e dos recursos marinhos prejudicou a população e o meio ambiente.

Prefeitos como o de Caravelas e Mucuri ressaltaram a necessidade de compensação e ações efetivas para recuperar os meios de subsistência e o meio ambiente das cidades atingidas. No entanto, a falta de inclusão nas negociações e a ausência de medidas reparatórias adequadas motivaram as gestões locais a acionarem judicialmente as mineradoras responsáveis. A população aguarda por justiça e reparação diante do maior desastre ambiental do país.

O novo acordo de reparação da tragédia de Mariana, assinado em 2024 entre as mineradoras e os governos federal e estaduais, prevê um montante total de R$ 170 bilhões para a reparação dos danos. Deste valor, R$ 100 bilhões devem ser pagos pelas empresas ao governo federal ao longo de 20 anos, visando financiar programas e ações compensatórias nos estados afetados. Outros R$ 32 bilhões serão investidos em medidas de indenização individual e recuperação ambiental da Samarco.

Diante dos impactos socioambientais e econômicos causados pelo desastre de Mariana, os municípios do extremo sul da Bahia buscam justiça e reparação diante dos danos irreparáveis gerados. A população local enfrenta desafios constantes decorrentes da contaminação e da degradação ambiental, reforçando a necessidade urgente de medidas compensatórias e ações de recuperação. A luta por justiça e reparação continua, na esperança de um futuro mais sustentável e equilibrado para as comunidades afetadas.

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