Museus do Rio promovem acessibilidade no Mês da Luta da Pessoa com Deficiência

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Museus cariocas ampliam programas de acessibilidade e inclusão no Mês da Luta da
Pessoa com Deficiência

Em setembro, DE do Amanhã inaugura sala de autorregulação, enquanto Museu do
Jardim Botânico prepara domingo especial dedicado à acessibilidade.

Setembro é marcado pela força das mobilizações em torno do Dia Nacional de Luta
da Pessoa com Deficiência (21) e do Dia Nacional da Pessoa Surda (26). Nesse
contexto, museus como o Museu do Amanhã e o Museu do Jardim Botânico têm buscado
construir práticas que dialoguem com essas lutas, ampliando as possibilidades de
acesso e de produção de experiências plurais.

O Museu do Amanhã já conta com diretrizes relacionadas a práticas acessíveis
junto a pessoas com deficiência e, este mês, inaugura a Sala de Autorregulação.
Disponível para qualquer pessoa sem agendamento prévio, o espaço foi
desenvolvido pelo museu a partir de pesquisas voltadas à criação de condições de
acolhimento e participação de diferentes modos de existência, incluindo o
público neurodivergente.

A sala conta com recursos como regulação da luz e variação de cores, piscina de
bolinhas, pufe, poltrona e objetos de exploração tátil, além de kits de
autorregulação com itens como abafadores de ruído e óculos escuros.

A iniciativa veio após a inauguração de outros dois projetos de acessibilidade e
inclusão do Museu do Amanhã: a Narrativa Descritiva Visual e o Mapa Sensorial,
voltados à ampliação das formas de participação de pessoas neurodivergentes e
com deficiência visual. Para além das novidades, ainda há recursos como a robô
Ma.IA, que possui a finalidade de guiar pessoas com mobilidade reduzida ou
deficiência visual para os principais pontos do museu.

DE do Amanhã tem o compromisso de construir experiências que reconheçam e
acolham a diversidade das formas de existência. Por isso, nossos trabalhos não
param: dedicamo-nos a cada detalhe, desde as pesquisas que dão início aos
projetos até a consolidação da experiência do visitante, sempre atentos à
produção de acessibilidades que ampliem modos de participação”, explica Camila
Oliveira, gerente geral de conteúdo.

Já o Museu do Jardim Botânico promove, no próprio dia 21, uma edição especial do
Domingo Acessível, além da já tradicional no último domingo do mês (28). A
iniciativa busca oferecer experiências que contemplem diferentes formas de
percepção, mobilidade e comunicação, acolhendo pessoas com deficiência visual,
auditiva, intelectual, motora e neurodivergente. As atividades incluem recursos
como interpretação em Libras, materiais táteis, mediações sensoriais e
estratégias que estimulam a autonomia e o protagonismo dos participantes.

DE do Jardim Botânico já dispõe de recursos que tornam a visita acessível
a diversos públicos. O Domingo Acessível amplia essa vivência, que é educativa
para todos, não apenas para pessoas com deficiência. Quanto mais diversidade,
maior é a aprendizagem”, destaca Daniela Alfonsi, diretora do Museu.

O Museu do Jardim Botânico dispõe de piso podotátil, que orienta o percurso de
pessoas com deficiência visual, além de mapa tátil de cada pavimento e uma
maquete tátil do edifício. Complementando os recursos, o espaço oferece um
WebApp com conteúdos acessíveis, incluindo textos em português, inglês e
espanhol, vídeos em Libras e recursos de audiodescrição. É também um dos
primeiros museus a ter todos os textos expositivos adaptados à linguagem
simples.

Apenas no estado do Rio de Janeiro, há cerca de 89 mil pessoas com deficiência
registradas na Carteira de Identidade Nacional (CIN) até julho de 2025. Além
disso, seus rendimentos são significativamente menores do que os das pessoas sem
deficiência, e iniciativas como redução do preço das entradas tanto para elas
como para seus acompanhantes também colaboram para o acesso – no Museu do
Amanhã, PcDs pagam meia e seus acompanhantes não pagam; no Museu do Jardim
Botânico, a entrada é liberada para todos.

O vice-presidente da Autistas do Brasil, Arthur Ataide Ferreira Garcia, reforça
a importância de iniciativas como essas diante dos desafios que neurodivergentes
enfrentam para frequentar espaços de cultura:

“Prover acessibilidade não é só garantir que os nossos direitos sejam
respeitados, mas também é entregar acolhimento, validação e respeito à nossa
existência como um todo. É compreender que um processo sensorial diferente
também constitui a totalidade do que nos torna pessoas autistas e do que nos
torna quem somos”, afirma.

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