Na Câmara de Goiânia, André Fortaleza não se desculpa e acusa Camila Rosa de “showzinho”

O presidente da Câmara de Aparecida de Goiânia, André Fortaleza (MDB), esteve na Câmara de Goiânia na manhã desta quinta-feira (24). O vereador foi convidado para “apresentar seu posicionamento” sobre a discussão em que pediu que o microfone da vereadora Camila Rosa(PSD) fosse cortado, em sessão plenária.

O vereador Ronilson Reis (Podemos) fez o convite a André, depois de Camila ter sido homenageada na Casa, no início do mês. Durante a sessão, o parlamentar de Aparecida foi chamado a falar na tribuna pelo presidente da Casa, vereador Romário Policarpo (Patriota).
“Circo, showzinho, enquanto eu for presidente, não vai existir. Esquece”, disse André Fortaleza, se referindo ao momento em que cortou o microfone da vereadora Camila Rosa. O presidente da Câmara disse que não cometeu crime. A vereadora prestou depoimento ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE), após denunciar André Fortaleza por violência política contra a mulher. Na época, a ela disse ao DE que espera posicionamento da Justiça. “Tomei as medidas cabíveis e vou deixar para a Justiça decidir se ele está errado e será penalizado de alguma forma”, afirmou.

Na sessão desta quinta-feira (24), Aava Santiago (PSDB), que passou a presidir a sessão quando André Fortaleza (MDB) precisou se ausentar, lembrou que, nesta data, são celebrados os 90 anos da conquista ao direito do voto feminino. “O senhor transformou o Parlamento de Aparecida em uma discussão de rede social. Mas, o senhor não vai fazer isso no Parlamento de Goiânia”, afirmou Aava, que ainda acusou André Fortaleza de ter ofendido e insultado as mulheres na Câmara. Luciula do Recanto (PSD) questionou quais projetos de lei André Fortaleza tem voltados à mulher.

A vereadora Léia Klebia (PSC), disse que as mulheres “não vêm para a política não é porque não querem, é justamente pelo histórico do nosso país”, em referência a uma fala de André Fortaleza contra as cotas para candidaturas femininas nas eleições. Léia lembrou que a Câmara terá uma Comissão Permanente de Defesa e dos Direitos da Mulher, da qual será presidente. Gabriela Rodart (DC) disse ser contra a política de incentivo às mulheres na política. “Não sou a favor de cotas femininas, sou a favor de igualdade social”, afirmou.

Sargento Novandir (sem partido) disse que a atitude de André contra Camila Rosa não foi interpretada corretamente. “Por causa de um fato mal interpretado, hoje o senhor está sendo crucificado de maneira covarde”, disse. Willian Veloso (PL), afirmou que esperava outro posicionamento do presidente da Câmara de Aparecida. “Me decepcionei, imaginei que o senhor estaria pedindo desculpas aqui hoje”, apontou. Mauro Rubem (PT) chamou de desastre a ida do presidente de André à sessão e afirmou que entrará com um requerimento de desagravo contra ele.

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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