Mais do que natural que os debates entre os vereadores na Câmara de Goiânia fossem contaminados pela disputa eleitoral que se avizinha. Uma análise dos discursos proferidos nos últimos dias – principalmente após o fim do prazo de filiações partidárias – revela que a campanha, ainda que não tenha se iniciado nas ruas, já “pega fogo” no plenário do Legislativo goianiense.
Neste contexto, a atuação de alguns parlamentares tem ganhado mais destaque. Caso de Aava Santiago, que preside o PSDB metropolitano e que tem o jornalista Matheus Ribeiro como pré-candidato a prefeito. Do vereador William Veloso (PL), apoiador do pré-candidato Gustavo Gayer (PL). E da vereadora Kátia Maria (PT), que está à frente do PT em Goiás, e que defende a candidatura ao Paço da deputada federal Adriana Accorsi (PT).
Kátia também preside a Comissão de Saúde daquele Poder. E é neste colegiado que o secretário municipal de Saúde, Wilson Pollara, fará prestação de contas da sua Pasta às 10 horas desta terça-feira, 23/4. A julgar pela sessão da última quinta, 18/4, quando a petista tratou do assunto em plenário, Pollara será duramente questionado por ela e por colegas diante de veículos de comunicação que se interessam por pautas de apelo popular e que irão repercutir a reunião, já que a Saúde em Goiânia tem sido alvo de intensas críticas por parte da população.
Com seis meses à frente da Pasta, o secretário esteve na Casa em dezembro de 2023, quando encontrou ambiente mais tranquilo, já que havia assumido o cargo em outubro daquele mesmo ano. Desta vez será diferente. Conforme apuração da coluna, um dos pontos a serem abordados na Comissão de Saúde será a “falta de transparência” dos investimentos feitos pelo Paço, além da suposta falta de insumos e de profissionais nas unidades de saúde e de superlotação nos Cais.
Prato cheio para aqueles vereadores que, mesmo apoiadores de diferentes pré-candidatos, acabarão se unindo em críticas à gestão do prefeito Rogério Cruz (Solidariedade), que busca a reeleição.