Na disputa para governador, apoios de Lula e Bolsonaro não são decisivos

Caiado e Zema candidatos a governador

Na disputa pelo cargo de governador nas 27 unidades federativas do Brasil, 11 dos atuais líderes nas pesquisas mais recentes não têm apoio oficial de Lula (PT) e Bolsonaro (PL). Os dois presidenciáveis com mais intenções de voto possuem uma pequena desvantagem em relação àqueles que buscam a “terceira via” nos estados e no Distrito Federal.

Panorama dos cargos de governador

Este levantamento em questão tomou como base as pesquisas eleitorais mais recentes, de diferentes institutos, na disputa para governador. Os estados do Acre, Mato Grosso, Pará e Roraima não entraram na relação, pois suas pesquisas mais recentes datam do mês de julho, quando ainda não havia começado o período eleitoral.

É importante ressaltar que alguns candidatos são favoráveis a Lula e Bolsonaro, mas não possuem um apoio oficial. São os casos de João Azevedo (PSB), publicamente favorável a Lula na Paraíba, e Coronel Marcos Rocha (União Brasil), favorável a Bolsonaro em Santa Catarina. No entanto, os partidos dos presidenciáveis em questão apoiam outros candidatos no posto de governador.

Com isso, em 11 disputas a terceira via está na frente, sem vinculação com os dois líderes nas pesquisas para presidente da República. Nesse número, destacam-se os estados de Goiás, com Ronaldo Caiado (União Brasil) em ampla vantagem, e Minas Gerais, com Romeu Zema (Novo) à frente dos concorrentes para governador.

Entre os candidatos que contam com o apoio oficial de Lula e do PT, seis lideram as disputas em seus estados. Já entre aqueles que possuem aliança com Bolsonaro e o PL, cinco estão na primeira colocação de suas unidades federativas.

A título de curiosidade, de acordo com as pesquisas de julho, Mauro Mendes (União Brasil) e Teresa Surita (MDB) estavam à frente em Mato Grosso e Roraima, respectivamente. Ambos são da terceira via. No Acre, Gladson Cameli (PP), com apoio de Bolsonaro, seguia liderando; já no Pará, Helder Barbalho (MDB), com apoio de Lula, ostentava o primeiro lugar.

Confira o panorama dos candidatos a governador nos estados:

  • Acre – DESATUALIZADO
  • Alagoas – Paulo Dantas (MDB) em 1º, com 25,1%; Fernando Collor (PTB) em 2º, com 22,6%
  • Amapá – Clécio Vieira (Solidariedade) em 1º, com 41%; Gesiel Oliveira (PRTB) em 5º, com 1%
  • Amazonas – Wilson Lima (União Brasil) e Amazonino Mendes (Cidadania), empatados em 1º, com 30%; Eduardo Braga (MDB) em 2º, com 16%
  • Bahia – ACM Neto (União Brasil) em 1º, com 54%; Jerônimo Rodrigues (PT) em 2º, com 16%; João Roma (PL) em 3º, com 8%
  • Ceará – Capitão Wagner (União Brasil) em 1º, com 37%; Elmano de Freitas (PT) em 3º, com 20%
  • Distrito Federal – Ibaneis Rocha (MDB) em 1º, com 38,7%; Leandro Grass (PV) em 5º, com 3,4%
  • Espírito Santo – Renato Casagrande (PSB) em 1º, com 49%; Carlos Manato (PL) em 2º, com 21%
  • Goiás – Ronaldo Caiado (União Brasil) em 1º, com 48%; Major Vitor Hugo (PL) em 3º, com 4%; Wolmir Amado (PT) em 9º, com 0%
  • Maranhão – Carlos Brandão (PSB) em 1º, com 28%; Lahesio Bonfim (PSC) em 4º, com 10%
  • Mato Grosso – DESATUALIZADO
  • Mato Grosso do Sul – André Puccinelli (MDB) em 1º, com 21%; Eduardo Riedel (PSDB) em 3º, com 14%; Giselle Marques (PT) em 6º, com 4%
  • Minas Gerais – Romeu Zema (Novo) em 1º, com 43,2%; Alexandre Kalil (PSD) em 2º, com 33,1%; Carlos Viana (PL) em 3º, com 6,4%
  • Pará – DESATUALIZADO
  • Paraíba – João Azevedo (PSB) em 1º, com 29%; Nilvan Ferreira (PL) em 2º, com 15%; Veneziano Vital do Rêgo (MDB) em 3º, com 14%
  • Paraná – Ratinho Jr. (PSD) em 1º, com 46%; Roberto Requião (PT) em 2º, com 24%
  • Pernambuco – Marília Arraes (Solidariedade) em 1º, com 33%; Anderson Ferreira (PL) em 3º, com 10%; Danilo Cabral (PSB) em 4º, com 6%
  • Piauí – Silvio Mendes (União Brasil) em 1º, com 38%; Rafael Fonteles (PT) em 2º, com 23%; Coronel Diego Melo (PL) em 4º, com 2%
  • Rio de Janeiro – Cláudio Castro (PL) em 1º, com 32%; Marcelo Freixo (PSB) em 2º, com 22%
  • Rio Grande do Norte – Fátima Bezerra (PT) em 1º, com 46%; Fábio Dantas (Solidariedade) em 3º, com 9%
  • Rio Grande do Sul – Eduardo Leite (PSDB) em 1º, com 31,6%; Onyx Lorenzoni (PL) em 2º, com 25,1%; Edegar Pretto (PT) em 3º, com 8,9%
  • Rondônia – Coronel Marcos Rocha (União Brasil) em 1º, com 30%; Marcos Rogério (PL) em 3º, com 13%; Daniel Pereira (Solidariedade) em 5º, com 2%
  • Roraima – DESATUALIZADO
  • Santa Catarina – Carlos Moisés (Republicanos) em 1º, com 23%; Jorginho Mello (PL) em 2º, com 16%; Décio Lima (PT) em 5º, com 6%
  • São Paulo – Fernando Haddad (PT) em 1º, com 32,4%; Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) em 2º, com 23,4%
  • Sergipe – Valmir de Francisquinho (PL) em 1º, com 29%; Rogério Carvalho (PT) em 3º, com 12%
  • Tocantins – Wanderlei Barbosa (Republicanos) em 1º, com 40%; Ronaldo Dimas (PL) em 2º, com 17%; Paulo Mourão (PT) em 3º, com 8%

 

*Em vermelho, estão os candidatos a governador apoiados por Lula; em verde, aqueles com apoio de Bolsonaro; na cor azul, em situações específicas, candidatos sem apoio de nenhum dos dois

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Gabinete de transição ganha reforço com Simone Tebet e Kátia Abreu 

Duas semanas após as eleições, o grupo de trabalho responsável pela transição do governo para a posse Lula ganhará reforços. Na lista de integrantes do gabinete que devem ser nomeados estão a ex-presidenciável Simone Tebet, a filha do cantor Gilberto Gil, Bela Gil, e a ex-ministra da Agricultura, Kátia Abreu. Os nomes foram anunciados pelo vice-presidente eleito e coordenador do trabalho, Geraldo Alckmin,  nesta segunda-feira. Ao todo são 31 grupos técnicos.

Gil e Tebet fazem parte do tópico Desenvolvimento Social e Combate a Fome, enquanto Abreu de Agricultura, Pecuária e Abastecimento. As áreas ainda sem nomes definidos são Infraestrutura, Minas e Energia, Previdência Social, Trabalho, Ciência, Tecnologia e Inovação, Desenvolvimento Agrário, Pesca e Turismo. (Veja abaixo todos os nomeados no gabinete de transição).

Na semana passada, a goiana Iêda Leal  foi incluída no grupo para cuidar do eixo e Igualdade Racial com outras seis pessoas, incluindo a ex-ministra da área na gestão de Dilma Rousseff, Nilma Gomes. As outras formações para discussão e planejamento são  Comunicação, Igualdade Racial, Direitos Humanos, Planejamento, Orçamento e Gestão, Indústria, Comércio, Serviços e Pequenas Empresas e Mulheres. 

Há 20 anos, uma lei federal garante acesso de uma equipe formada por 50  pessoas e de um coordenador a informações e dados de instituições públicas. A medida visa colaborar no planejamento de ações a partir da posse do presidente eleito. O trabalho está autorizado a  começar no segundo dia útil do anúncio do vencedor da eleição e deve ser finalizada até o décimo dia após a posse presidencial.

Confira a lista completa dos integrantes do gabinete de transição:

Economia

-Persio Arida, banqueiro, foi presidente do BNDES e do BC

-Guilherme Mello, economista, colaborou com o programa de Lula

-Nelson Barbosa, ex-ministro da Fazenda e do Planejamento de Dilma (PT)

-André Lara Resende, economista e um dos pais do Plano Real

Planejamento, Orçamento e Gestão

-Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda e do Planejamento 

-Esther Dweck, professora da UFRJ

-Antônio Correia Lacerda, presidente do Conselho Federal de -Economia

-Enio Verri, deputado federal (PT-PR)

Comunicações

-Paulo Bernardo, ministro das Comunicações de Dilma

-Jorge Bittar, ex-deputado (PT)

-Cézar Alvarez, ex-secretário no Ministério das Comunicações

-Alessandra Orofino, especialista em economia e direitos humanos

Indústria, Comércio e Serviços

-Luciano Coutinho, ex-presidente do BNDES sob Lula e sob Dilma (2007-2016)

-Germano Rigotto, ex-governador do RS (MDB)

-Jackson Schneider, executivo da Embraer e ex-presidente da Anfavea

-Rafael Lucchesi, Senai Nacional

-Marcelo Ramos, deputado federal (PSD-AM)

Micro e Pequenas Empresas

-Tatiana Conceição Valente, especialista em economia solidária

-Paulo Okamotto, ex-presidente do Sebrae

-André Ceciliano, candidato derrotado ao Senado pelo PT no Rio

-Paulo Feldmann, professor da USP

Desenvolvimento Social e Combate à fome

-Simone Tebet, senadora (MDB)

-André Quintão, deputado estadual (PT-MG), sociólogo e assistente social

-Márcia Lopes, ministra de Desenvolvimento Social e Combate à Fome no governo Lula

-Tereza Campello, ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome no governo Dilma Rousseff

-Bela Gil, apresentadora

Agricultura, Pecuária e Abastecimento

-Carlos Fávaro, senador (PSD-MT)

-Kátia Abreu, senadora (Progressistas-TO)

-Carlos Ernesto Augustin, empresário

-Neri Geller, deputado (PP-MT)

Cidades

-Márcio França, ex-governador de São Paulo (PSB)

-João Campos, prefeito do Recife (PSB)

Desenvolvimento Regional

-Randolfe Rodrigues, senador (Rede-AP)

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