Um estudante de medicina goiano foi preso ao desembarcar no Aeroporto Internacional de Bali, na Indonésia, com 2,8 gramas de maconha na bagagem. Segundo a família, de Alberto Sampaio Gressler, de 25 anos, o jovem utilizava a droga para fins medicinais. As informações foram reveladas pela Folha de S. Paulo.
Alberto foi preso no dia 28 de julho, na mesma data em que a família soube da prisão, mas a informação apenas foi divulgado na terça-feira, 5, à imprensa. A droga foi apreendida no momento em que o estudante passava pelo Raio-X. Na bagagem foram encontrados quatro pacotes com ‘’folhas e sementes’’ da cannabis. A utilização e comercialização da planta é proibida no país.
“Para nós, tem sido muito doloroso ter de lidar com isso e provar que ele realmente é inocente. Meu irmão é apenas um paciente de Cannabis Medicinal”’, afirmou Carolina à Folha. Segundo ela, o jovem tem todos os relatórios e receitas médicas que comprovam que ele faz terapia canabinoide.
Estudante estava de férias na Ásia
Alberto nasceu em Rio Verde, a 233 km de Goiânia, onde passou boa parte de sua vida. Ele é estudante do quarto período de medicina na faculdade UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) e estava viajando pela Ásia desde o dia 13 do último mês.
A família do goiano conta que, desde a infância, ele sofre com transtornos de déficit de atenção, hiperatividade, depressão e ansiedade. Alberto faz a utilização de cannabis medicinal para amenizar os sintomas dos transtornos psiquiátricos.
A droga foi comprada pelo estudante com o uso de prescrição médica, legalmente, na Tailândia, de onde seguiu direto para a Indonésia. Antes, o jovem saiu do território nacional direito para a Turquia, o primeiro país em que visitou.
‘’Trata-se de uma situação muito delicada porque um paciente está sendo confundido com o tráfico’’, afirma o advogado Antônio Rocha Lemes.
Receitas médicas e declarações da Abrace (Associação Brasileira de Apoio a Cannabis Esperança), à qual Gressler é associado, mostram que o jovem usa óleo de canabidiol para tratamento de TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade). Os documentos foram enviados à reportagem pela família. Outro relatório médico psiquiátrico, emitido em 2016, mostra que o médico de Alberto recomendou o uso de Cannabis medicinal para o jovem pois ele ‘’apresentou melhoras dos sintomas depressivos e ansiosos’’. O documento aponta também que ele tinha TDAH.
Em nota, o Itamaraty informou que, por meio da Embaixada de Jacarta, ‘’acompanha a situação e presta toda a assistência cabível ao nacional, em conformidade com os tratados internacionais vigentes e com a legislação local’’.