“Não é um ataque, estamos em guerra”, declara primeiro-ministro de Israel

Neste sábado, 07, o conflito entre Israel e Hamas culminou em guerra, devido a um ataque planejado pelo grupo palestino. Segundo as autoridades, já há centenas de mortos e milhares de feridos. Foguetes foram disparados por milícias palestinas em direção a Israel. O país atacou alvos em Gaza, como forma de resposta. A guerra foi confirmada pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

“Não em uma ‘operação’, não em um ‘ataque’, mas em guerra”, diz o primeiro-ministro israelense.

O ataque se iniciou quando os Hamas se infiltraram em ao menos sete cidades de Israel, se esgueirando pela cerca da fronteira e chegando por via aérea. Imagens das explosões foram transmitidas pela televisão local, mostrando homens armados palestinos entrando no país em motocicletas e caminhonetes.

As forças armadas de Israel, então, atacaram alvos em Gaza em resposta aos foguetes disparados pelo Hamas. Sirenes antiaéreas foram acionadas, sem evidenciar o motivo imediatamente.

Apenas no sábado já foram registrados centenas de mortos e milhares de feridos, incluindo civis, e o serviço de emergência de Israel tem prestado assistência. “Desde a manhã de hoje, as equipes do Magen David Adom prestaram assistência médica a centenas de feridos e certificaram a morte de 40 pessoas”, informara.

Em Gaza, o número de mortos ultrapassa 200 e de feridos, 1,6 mil, segundo o Ministério de Saúde palestino.

“Estamos em guerra”

A guerra foi confirmada pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que declarou que não é um ataque ou uma operação, reforçando ainda que o país está com a “milícia radical”. Além disso, ele ordenou a convocação de reservistas, prometendo que o Hamas “pagará um preço que nunca conheceu antes”.

Ele ordenou ainda que o exército local limpasse as cidades infiltradas de militantes dos palestinos. Em discurso transmitido na televisão israelense, o ministro da Defesa, Yoav Gallant, alertou que a milícia cometeu um “grave erro” prometendo que Israel vencerá a guerra.

Posicionamento brasileiro

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), escreveu que o Brasil “não poupará esforços” para evitar a escalada do conflito entre Israel e palestinos.

“Fiquei chocado com os ataques terroristas realizados hoje contra civis em Israel, que causaram numerosas vítimas. Ao expressar minhas condolências aos familiares das vítimas, reafirmo meu repúdio ao terrorismo em qualquer de suas formas. O Brasil não poupará esforços para evitar a escalada do conflito, inclusive no exercício da Presidência do Conselho de Segurança da ONU”, escreveu Lula.

O presidente ainda conclamou a comunidade internacional a trabalhar para que as negociações sejam retomadas. “Conclamo a comunidade internacional a trabalhar para que se retomem imediatamente negociações que conduzam a uma solução ao conflito que garanta a existência de um Estado Palestino economicamente viável, convivendo pacificamente com Israel dentro de fronteiras seguras para ambos os lados”, continuou, na mensagem.

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Tribunal Penal Internacional emite mandado de prisão contra Netanyahu e líder do Hamas por crimes de guerra

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu, nesta quinta-feira, 21, mandados de prisão internacional para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, e o líder do Hamas, Mohammed Deif, por supostos crimes de guerra e contra a humanidade.
 
Os mandados foram expedidos após o procurador do TPI, Karim Khan, ter solicitado a prisão deles em maio, citando crimes relacionados aos ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e à resposta militar israelense em Gaza. O TPI afirmou ter encontrado “motivos razoáveis” para acreditar que Netanyahu e Gallant têm responsabilidade criminal por crimes de guerra, incluindo a “fome como método de guerra” e os “crimes contra a humanidade de assassinato, perseguição e outros atos desumanos”.
 
Netanyahu e Gallant são acusados de terem privado intencionalmente a população civil de Gaza de bens essenciais à sua sobrevivência, como alimentos, água, medicamentos, combustível e eletricidade, entre outubro de 2023 e maio de 2024. Essas ações resultaram em consequências graves, incluindo a morte de civis, especialmente crianças, devido à desnutrição e desidratação.
 
Mohammed Deif, líder militar do Hamas, também foi alvo de um mandado de prisão. O TPI encontrou “motivos razoáveis” para acreditar que Deif é responsável por “crimes contra a humanidade, incluindo assassinato, extermínio, tortura, estupro e outras formas de violência sexual, bem como crimes de guerra de assassinato, tratamento cruel, tortura, tomada de reféns, ultrajes à dignidade pessoal, estupro e outras formas de violência sexual”.
 
Os mandados de prisão foram emitidos para todos os 124 países signatários do TPI, incluindo o Brasil, o que significa que os governos desses países se comprometem a cumprir a sentença e prender qualquer um dos condenados caso eles entrem em territórios nacionais.
O governo israelense rejeitou a decisão do TPI, questionando a jurisdição do tribunal sobre o caso. No entanto, os juízes rejeitaram o recurso por unanimidade e emitiram os mandados. O gabinete de Netanyahu classificou a sentença de “antissemita” e “mentiras absurdas”, enquanto o líder da oposição, Yair Lapid, a chamou de “uma recompensa ao terrorismo”. O ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett também criticou a decisão, considerando-a uma “vergonha” para o TPI.
O conflito na Faixa de Gaza, que se arrasta há mais de um ano, deixou milhares de mortos e devastou a região. A decisão do TPI simboliza um avanço na responsabilização por crimes graves, embora sua eficácia prática seja limitada, dado que Israel e os Estados Unidos não são membros do TPI e não reconhecem sua jurisdição.

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