Natal: alimentos da ceia ficam até 30% mais caros a partir deste mês

Faltando cerca de um mês e meio para o Natal, a ida ao supermercado já sinaliza que a ceia deverá ser mais salgada neste ano. Além da alta da inflação, o retorno do aumento dos transportes e o cenário internacional ajudam a encarecer os produtos. Carnes como bacalhau, peru e chester já sofrem reajustes naturais devido à sazonalidade, mas neste ano os preços podem subir até 30% a partir deste mês de novembro.

“Já temos visto aumento do panetone e frutas secas, por exemplo, assim como itens da cesta básica que também fazem parte da ceia natalina. O consumidor precisa ficar atento. A carne suína não aumentou neste ano. Provavelmente será uma válvula de escape com corte como lombo, tender e pernil”, pontua o economista Luiz Carlos Ongaratto. 

Ele recomenda a antecipação de itens de alimentação típicos de Natal não perecíveis ou a revisão de receitas usando a criatividade para não pesar no bolso. A tradicional troca peru ou chester por frango não será uma boa neste ano. Segundo Ongaratto, o frango teve alta entre 20% e 30%, dependendo do estado, somente neste ano.

“Muito provavelmente o frango acompanhará esse novo patamar de preço que tende a aumentar devido à demanda no Natal. Não há previsão para queda do preço da ave”, avalia. A Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos do Dieese apontou que  o goianiense pagou 2,59% a mais pela cesta básica de alimentos entre setembro e outubro. A alta foi constatada em outras 11 capitais brasileiras. Alimentos como banana (19,15%), batata (23,36%) e tomate (17,63%) ajudaram a puxar a inflação para cima.

O economista explica que deflação dos últimos meses foi puxada pelos transportes e pela limitação do ICMS pelos estados sobre os combustíveis. “Não era exatamente uma queda de preço. Em outros segmentos, a alta acumulado neste ano é muito maior do que a média dos últimos 12 meses e bem acima da meta prevista pelo Banco Central”, completa.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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