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Natalie Portman afirma ter sofrido “terrorismo sexual”

Última atualização 22/01/2018 | 14:04

“Aos 13 anos, a mensagem da nossa cultura foi clara para mim, eu senti a necessidade de cobrir meu corpo e de inibir minha expressão e meu trabalho para enviar minha própria mensagem ao mundo de que eu sou alguém digna de segurança e respeito”

No último sábado (20), a atriz Natalie Portman confessou ter sofrido “terrorismo sexual” aos 13 anos, o que a teria levado a sentir uma necessidade de cobrir o corpo e inibir suas formas de expressão. A atriz dividiu a experiência traumática durante discurso feito na Women’s March, em Los Angeles.

A atriz começou por recordar seu  aniversário de 12 anos, em que comemorou no set de seu primeiro longa, “O Profissional”. Um ano depois, aos 13 anos, quando o filme foi lançado, Portman abriu a primeira carta de um fã. “Era uma fantasia de estupro de um homem”, recordou. Portman ainda contou que foi feita uma contagem regressiva para seus 18 anos. “Uma contagem regressiva foi iniciada num programa de rádio local para meu aniversário de 18 anos, eufemisticamente a data em que não seria mais um crime dormir comigo”, disse. “Os críticos falavam sobre meus peitos que estavam crescendo nas resenhas. Compreendi muito rapidamente, mesmo aos 13 anos, que se eu me expressasse sexualmente, eu me sentiria insegura e que os homens se sentiriam autorizados a discutir e objetivar meu corpo, para meu grande desconforto”, declarou.

Portman disse ter ajustado seu comportamento, confessa que até rejeitou papéis com cenas de beijos e enfatizou seu lado “intelectual e sério”. Ela construiu uma reputação como uma “jovem puritana, conservadora, nerdy, séria”, como meio de garantir que seu corpo estivesse seguro e que sua voz pudesse ser ouvida. “Aos 13 anos, a mensagem da nossa cultura foi clara para mim, eu senti a necessidade de cobrir meu corpo e de inibir minha expressão e meu trabalho para enviar minha própria mensagem ao mundo de que eu sou alguém digna de segurança e respeito. A resposta à minha expressão, desde pequenos comentários sobre meu corpo para declarações deliberadas mais ameaçadoras, serviu para controlar o meu comportamento através de um ambiente de terrorismo sexual”, destacou.