Navio atolado no canal de Suez pode afetar preço da gasolina

Devido uma corrente de ventos de aproximadamente 74 km/h acompanhada de tempestade de areia, um dos maiores navios cargueiros do mundo, o Ever Given, acabou encalhando no canal de Suez, no Egito, na manhã da última terça-feira, 23. Ele pode ficar preso ali atrapalhando a passagem de outros cargueiros por algumas semanas, fazendo o preço da gasolina no Brasil subir.

Inaugurado em 1869, Suez é um canal artificial para ligar o Mar Vermelho ao Mar Mediterrâneo, evitando que as embarcações precisem contornar o continente africano e oferece uma rota cerca de 7.000 km mais curta.

Em um dia, mais de 50 embarcações cruzam os mais de 193 km, com 205 m de largura, do canal, representando 10% do tráfego marítimo mundial. Outros 150 navios estariam esperando para atravessar o canal, entre eles um grande número de petroleiros com óleo do Oriente Médio. 

O incidente está afetando os mercados mundiais do petróleo em razão dos atrasos nas entregas. Na quarta-feira os preços dispararam. 

“Nunca vimos algo assim”, afirmou Ranjith Raja, chefe de pesquisa de petróleo e marítima do Oriente Médio no fornecedor de dados financeiros Refinitiv, dizendo que é “provável que a paralisação dure vários dias”. 

Imagem: Marina Passos

 

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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