Paciente com câncer avançado diz ter cirurgia negada mesmo após decisão judicial: ‘Meu direito de ficar viva’
Laís Santos foi diagnosticada com um Linfoma de Hodgkin em estágio 4, e o transplante de medula óssea pode salvar sua vida. Empresa recusou o procedimento e disse que ela tinha a doença antes de contratar o plano.
Em meio a uma luta pela própria vida, a gerente de marketing Laís Santos encontrou-se travando batalhas não apenas contra um câncer em estágio avançado, mas também na Justiça contra o plano de saúde que se negou a autorizar o procedimento que poderia salvá-la. Laís, natural de Pernambuco e residente em Fortaleza desde setembro de 2021, recebeu o diagnóstico do Linfoma de Hodgkin em estágio 4 no início de 2023.
O plano de saúde alega ter recorrido da decisão e assegurou que, se houver uma determinação em última instância para realizar o procedimento, irá acatar. Até o momento, ela passou por sessões de quimioterapia e imunoterapia para tentar estabilizar a doença e se preparar para o transplante de medula óssea, considerado a melhor alternativa para sua sobrevivência.
Desde março de 2024, Laís vem buscando autorização do plano de saúde para realizar os procedimentos necessários. Com a tutela de urgência concedida pela Justiça, o prazo para a autorização do transplante se encerrou sem resposta da operadora de saúde, levando-a a expressar sua angústia e a indignação diante do descumprimento da ordem judicial.
Após ter iniciado o tratamento no SUS devido à carência do plano, Laís precisou enfrentar a negativa da seguradora para a realização de exames e procedimentos essenciais para seu tratamento. Mesmo conseguindo o tratamento por financiamento coletivo, a empresa continuou recusando as autorizações solicitadas. A estabilização da doença com a imunoterapia preparou o caminho para o transplante de medula óssea, mas a luta pelo direito de realizar o procedimento se estende na busca pela justiça.
A batalha de Laís chegou à 13ª Vara Cível da Comarca de Fortaleza, que, em primeira instância, julgou improcedente o pedido de cobertura do plano de saúde. Após recorrer da decisão, ela obteve uma decisão favorável no Tribunal de Justiça do Ceará, que determinou que a empresa arcasse com os custos do transplante. No entanto, o prazo para a emissão da guia de autorização se esgotou sem uma resposta do plano, deixando Laís em um estado de espera e incerteza.
Diante da luta pela vida e pela garantia de um direito fundamental, Laís tem usado as redes sociais para denunciar sua situação e clamar pela atenção ao caso. Enquanto aguarda a resposta da seguradora, ela reforça a importância de receber o tratamento necessário para ter a chance de continuar vivendo. A saga de Laís Santos reflete não apenas a batalha contra o câncer, mas também a luta por um sistema de saúde que respeite e proteja a vida de seus beneficiários.