O Irã está cético em relação a um possível acordo nuclear com os Estados Unidos, de acordo com fontes anônimas. As negociações entre os dois países serão retomadas em Roma nesta sexta-feira (23). As fontes afirmam que as chances de um acordo são mínimas, especialmente devido à exigência dos EUA de que Teerã desmantele seu programa de enriquecimento de urânio, o que os iranianos consideram uma linha vermelha nas negociações.

A ida do Ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, para Roma tem como principal objetivo avaliar a posição mais recente de Washington, sem a expectativa de um avanço significativo nas negociações. O Irã insiste que seu programa nuclear é pacífico e está disposto a não enriquecer urânio para armas, desde que possa continuar a buscar energia nuclear, incluindo o enriquecimento de urânio. Washington, por sua vez, propõe reduzir as sanções econômicas em troca da desnuclearização.

Autoridades iranianas expressaram dúvidas sobre a sinceridade dos EUA nas negociações e suspeitam que a posição americana está tornando as conversas cada vez mais improdutivas. A recente postura dos EUA de endurecer a exigência de enriquecimento zero gerou questionamentos sobre o comprometimento americano com uma resolução. O Irã não acredita mais que Washington esteja comprometido com um acordo e considera as propostas americanas como seguindo a agenda de Israel.

Enquanto os EUA impõem novas sanções ao Irã, a tensão entre os dois países continua a crescer, com ameaças de guerra e pressão diplomática. A administração americana adicionou o setor de construção iraniano à lista de setores controlados pelo IRGC, acirrando ainda mais os ânimos entre as nações. As sanções recentes foram anunciadas às vésperas da quinta rodada de negociações entre Irã e EUA, levantando dúvidas sobre a disposição americana para a diplomacia em relação ao Irã.

Em meio a esse cenário incerto, as negociações em Roma serão fundamentais para determinar o futuro das relações entre o Irã e os Estados Unidos. Teerã deverá adotar uma posição mais rígida nas negociações, a menos que os americanos ofereçam concessões tangíveis. Enquanto isso, o mundo aguarda ansiosamente por desenvolvimentos que possam levar a um acordo que garanta a paz e a estabilidade na região.