A possível aquisição do controle da SAF do Vasco por Marcos Faria Lamacchia, filho do dono da Crefisa, tem dominado as manchetes esportivas no final de 2025. Esse movimento levantou diversas questões sobre a legalidade do processo, principalmente em relação ao Palmeiras, presidido por Leila Pereira. Especialistas consultados pelo Lei em Campo destacam que a operação pode ser, em princípio, viável do ponto de vista estritamente legal, desde que todos os aspectos legais e esportivos sejam respeitados.
De acordo com o advogado desportivo Carlos Henrique Ramos, é fundamental que o clube siga todos os trâmites legais e os documentos esportivos durante a transição para a nova estrutura jurídica. A advogada Ana Mizutori enfatiza a importância do cumprimento rigoroso dos requisitos formais e materiais para garantir a validade jurídica da operação.
O jornalista Andrei Kampff pontua que, do ponto de vista legal, a operação é factível desde que esteja em conformidade com as normas da SAF. Contudo, a avaliação sobre a multipropriedade de clubes é complexa e vai além da estrutura jurídica, envolvendo questões de controle e influência entre as agremiações.
A discussão inclui o recente Regulamento do Fair Play do Futebol brasileiro, que aborda a multipropriedade de clubes e define regras para proteger a integridade das competições e evitar conflitos de interesse. Os especialistas destacam que, mesmo que a operação seja legalmente possível, há riscos institucionais para a integridade do futebol brasileiro, principalmente no que tange a transparência e credibilidade esportiva.
A compra da SAF do Vasco envolve não apenas questões legais, mas também implicações sobre a integridade esportiva. Os especialistas apontam riscos de fragilização da governança e confiança no sistema, ressaltando a importância de operações transparentes e em conformidade. O episódio serve como alerta para clubes e investidores, evidenciando a necessidade de regras claras e mecanismos efetivos de conformidade para garantir a proteção institucional do futebol.
Diante desse cenário de expansão das SAFs, os especialistas concluem que é fundamental agir preventivamente, evitando possíveis conflitos de interesse e mantendo a integridade das competições esportivas. O avanço do modelo empresarial no esporte requer regras mais claras e uma governança sólida para garantir a credibilidade do futebol brasileiro.




