Veja 5 dicas para aprender a colocar preço no que você produz

Seja por vontade ou necessidade, muitos brasileiros se enveredaram no mundo dos negócios como empreendedores. O trabalho tem sido fonte de renda para 20 milhões de brasileiros, segundo o Ministério da Economia, e boa parte deles enfrenta um dilema diário: como determinar o preço do meu produto ou serviço? A resposta é simples, embora muitas dúvidas rondem a mente dos empresários.

No caso da chef de cozinha Jacqueline Dutra, o caminho até entender como funciona a determinação do preço de seus produtos foi tão longo. Ela, que tem um ateliê há um ano e empreende pela primeira vez, tinha parâmetros equivocados, porém, capacitação em cursos de gestão foram primordiais para ela aprender a determinar quanto vai cobrar pelos itens de seu cardápio funcional e saudável.

“Antes eu me baseava apenas na concorrência. Depois, eu entendi que o meu produto é exclusivo e isso não funcionava porque meu produto é de alta qualidade e artesanal. Hoje, me baseio pelo meu custo tendo o limite de 35% do CMV, que é o Custo da Mercadoria Vendida. Eu uso essa estratégia e consigo arcar com outros elementos, como gás de coxinha, energia, matéria-prima, investimentos…Felizmente tenho bons resultados”, detalha a gastrônoma.

O aprendizado da profissional após tantos altos e baixos é o que o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) ensina em cursos para ajudar novatos e até veteranos no mercado. Muitos temem perder o cliente ou comprometer imagem da empresa e põem sucesso em risco.

A analista técnica da entidade Patrícia Santiago explica que o erro cometido por Jacqueline é comum. “Precificar corretamente costuma ser um desafio. As pessoas consideram somente quanto o concorrente cobra, mesmo essa conta não suprindo a de seu próprio negócio”, alerta.

Ela ensina que aplicar algumas variáveis pode servir como orientação no processo. “O primeiro passo é considerar quanto se gasta. No caso de uma coxinha, por exemplo, deve ser levado em consideração o esforço físico, os materiais utilizados, água, luz, aluguel , mão de obra contratada para  a produção, conhecer o cliente, a região da venda, valor da entrega com ou sem frete e a concorrência”, frisa.

Conheça cinco dicas para definir o preço correto para seu produto ou serviço:

1-Saber o custo: Patrícia brinca que “o curso é como uma unha porque está sempre em crescimento”, por isso é importante conhecê-lo em detalhes para que seja mantido sempre o mais baixo possível

2-Ficar de olho nos concorrentes: O objetivo é entender o concorrente e não copiar. A analista do Sebrae afirma que se trata de uma forma de estar atento às tendências do mercado

3-Manter-se atualizado em relação ao mercado: ‘Vivemos em um mundo globalizado, então, uma guerra como a que está ocorrendo na Ucrânia afeta o Brasil”, diz a especialista. Ela defende que o empresário esteja sempre contextualizado aos cenários atuais e possíveis

4-Conhecer o perfil do cliente: Saber quem consome o produto faz muita diferença no negócio. “Estamos falando de criar uma estratégia de preços e esse aspecto influencia bastante”, lembra Patrícia.

5-Manter a vida financeira saudável: “Em crises, quanto mais saudável estiver a empresa melhor ela vai ficar diante dos olhos do mercado e também favorece a tomada de decisões  do empresário”, destaca.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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