Negros são metade dos candidatos, mas recebem menos do fundo eleitoral

Foto mostra urna com os números de candidatos negros e brancos

Negros são metade dos candidatos, mas recebem menos do fundo eleitoral

Em mais de 28 mil candidatos às Eleições 2022 em todo o Brasil, 14.426 (cerca de 50%) se autodeclaram negros, pretos e pardos. No entanto, quando se trata do repasse de fundo eleitoral, R$ 1.425.839.005,16 (73%) são destinados a concorrentes brancos.

Fundo eleitoral para brancos e negros

De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os candidatos negros são maioria, mas os brancos contam com um maior repasse. Com 14.032 (48,5%) representantes, os brancos recebem mais do que o dobro dos negros. A parcela restante de representações por cor/raça no TSE consiste em amarelos e indígenas.

Na disputa pelo governo de Goiás, seis candidatos (66,6%) se autodeclaram como brancos, enquanto três (33,3%) são pardos. No cargo de senador, por outro lado, seis (60%) são brancos, e quatro (40%) se autodeclaram como pretos ou pardos.

O fundo eleitoral possui distribuição de R$ 2,09 bilhões. Dentro desse número, R$ 646.614.855,48 (31%) tem destino para candidatos negros. O valor médio para brancos é de R$ 343.410,00, e para os negros é de R$ 192.961,76. Os dados tiveram levantamento do jornal O Globo.

É importante ressaltar que o TSE determinou que haja a distribuição de verbas do fundo eleitoral de forma proporcional ao número de candidatos negros. No entanto, os partidos como um todo não estão cumprindo tal decisão. Entre os maiores, o PT se destaca negativamente, com apenas 21% dos fundos para candidatos pretos e pardos, que compõem metade dos postulantes.

O Brasil atualmente conta com 32 partidos políticos. Entre eles, 17 (53,1%) possuem distorções acima de dez pontos envolvendo candidatos brancos e negros. Além do PT, as grandes discrepâncias também estão presentes em siglas como PSDB e PDT.

Quanto à distribuição por gênero, são 19.180 candidaturas de homens e 9.721 de mulheres. Os homens recebem R$ 1.538.131.923,18 (73%) do fundo eleitoral, contra R$ 558.474.454,34 (27%) das mulheres. O valor médio dos homens é de R$ 310.859,00, e o das mulheres é de R$ 209.480,00.

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Gabinete de transição ganha reforço com Simone Tebet e Kátia Abreu 

Duas semanas após as eleições, o grupo de trabalho responsável pela transição do governo para a posse Lula ganhará reforços. Na lista de integrantes do gabinete que devem ser nomeados estão a ex-presidenciável Simone Tebet, a filha do cantor Gilberto Gil, Bela Gil, e a ex-ministra da Agricultura, Kátia Abreu. Os nomes foram anunciados pelo vice-presidente eleito e coordenador do trabalho, Geraldo Alckmin,  nesta segunda-feira. Ao todo são 31 grupos técnicos.

Gil e Tebet fazem parte do tópico Desenvolvimento Social e Combate a Fome, enquanto Abreu de Agricultura, Pecuária e Abastecimento. As áreas ainda sem nomes definidos são Infraestrutura, Minas e Energia, Previdência Social, Trabalho, Ciência, Tecnologia e Inovação, Desenvolvimento Agrário, Pesca e Turismo. (Veja abaixo todos os nomeados no gabinete de transição).

Na semana passada, a goiana Iêda Leal  foi incluída no grupo para cuidar do eixo e Igualdade Racial com outras seis pessoas, incluindo a ex-ministra da área na gestão de Dilma Rousseff, Nilma Gomes. As outras formações para discussão e planejamento são  Comunicação, Igualdade Racial, Direitos Humanos, Planejamento, Orçamento e Gestão, Indústria, Comércio, Serviços e Pequenas Empresas e Mulheres. 

Há 20 anos, uma lei federal garante acesso de uma equipe formada por 50  pessoas e de um coordenador a informações e dados de instituições públicas. A medida visa colaborar no planejamento de ações a partir da posse do presidente eleito. O trabalho está autorizado a  começar no segundo dia útil do anúncio do vencedor da eleição e deve ser finalizada até o décimo dia após a posse presidencial.

Confira a lista completa dos integrantes do gabinete de transição:

Economia

-Persio Arida, banqueiro, foi presidente do BNDES e do BC

-Guilherme Mello, economista, colaborou com o programa de Lula

-Nelson Barbosa, ex-ministro da Fazenda e do Planejamento de Dilma (PT)

-André Lara Resende, economista e um dos pais do Plano Real

Planejamento, Orçamento e Gestão

-Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda e do Planejamento 

-Esther Dweck, professora da UFRJ

-Antônio Correia Lacerda, presidente do Conselho Federal de -Economia

-Enio Verri, deputado federal (PT-PR)

Comunicações

-Paulo Bernardo, ministro das Comunicações de Dilma

-Jorge Bittar, ex-deputado (PT)

-Cézar Alvarez, ex-secretário no Ministério das Comunicações

-Alessandra Orofino, especialista em economia e direitos humanos

Indústria, Comércio e Serviços

-Luciano Coutinho, ex-presidente do BNDES sob Lula e sob Dilma (2007-2016)

-Germano Rigotto, ex-governador do RS (MDB)

-Jackson Schneider, executivo da Embraer e ex-presidente da Anfavea

-Rafael Lucchesi, Senai Nacional

-Marcelo Ramos, deputado federal (PSD-AM)

Micro e Pequenas Empresas

-Tatiana Conceição Valente, especialista em economia solidária

-Paulo Okamotto, ex-presidente do Sebrae

-André Ceciliano, candidato derrotado ao Senado pelo PT no Rio

-Paulo Feldmann, professor da USP

Desenvolvimento Social e Combate à fome

-Simone Tebet, senadora (MDB)

-André Quintão, deputado estadual (PT-MG), sociólogo e assistente social

-Márcia Lopes, ministra de Desenvolvimento Social e Combate à Fome no governo Lula

-Tereza Campello, ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome no governo Dilma Rousseff

-Bela Gil, apresentadora

Agricultura, Pecuária e Abastecimento

-Carlos Fávaro, senador (PSD-MT)

-Kátia Abreu, senadora (Progressistas-TO)

-Carlos Ernesto Augustin, empresário

-Neri Geller, deputado (PP-MT)

Cidades

-Márcio França, ex-governador de São Paulo (PSB)

-João Campos, prefeito do Recife (PSB)

Desenvolvimento Regional

-Randolfe Rodrigues, senador (Rede-AP)

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