Nesta quinta, 23, corpos de Dom e Bruno serão entregues às famílias

Bruno Araújo Dom Phillips

Mais de duas semanas após o desaparecimento do indigenista brasileiro Bruno Araújo e do jornalista inglês Dom Phillips, seus corpos serão entregues às famílias. A perícia da Polícia Federal (PF) teve a sua conclusão e os “remanescentes humanos” de ambos têm previsão de saída de Brasília nesta quinta, 23, às 14h.

O caso Bruno e Dom

Em 5 de junho, na região do Vale do Javari, na Amazônia, Bruno Araújo Pereira e Dom Phillips desapareceram. Dez dias depois, Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como Pelado, confessou o assassinato dos dois e indicou a localização dos corpos, que teriam sido esquartejados e queimados.

Os remanescentes humanos receberam encaminhamento até Brasília, para perícia do Instituto Nacional de Criminalística. Houve a confirmação de que se tratavam dos corpos de Bruno e Dom.

“As amostras biológicas apontaram a presença de 02 (dois) Perfis Genéticos distintos nos remanescentes humanos encontrados pela Polícia Federal. Os resultados estão em consonância com as análises de Odontologia Legal, da Antropologia Forense e da Papiloscopia que apontaram tratar-se dos remanescentes de Dom Phillips e Bruno Pereira”, diz uma nota da PF.

Na última atualização do caso, policiais haviam encontrado a embarcação do indigenista e do jornalista, além de quatro tambores que pertenciam a Bruno Araújo. No total, oito pessoas estão atualmente sob investigação. Amarildo, seu irmão Oseney da Costa de Oliveira, além de Jeferson da Silva Lima, estão presos.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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