A Netflix causou polêmica ao anunciar a produção da série Emergência Radioativa, que aborda o acidente envolvendo Césio-137 em Goiânia em 1987. A escolha de gravar a maioria das cenas em São Paulo gerou críticas do Conselho Municipal de Cultura de Goiânia, que acusou a plataforma de “apagar” a cidade da narrativa.

As críticas surgiram devido à falta de representatividade de Goiânia na produção, levando a um debate sobre a importância da preservação da história local. O acidente com Césio-137 foi um marco na capital goiana, deixando marcas profundas na comunidade e no cenário urbano. A decisão da Netflix de não utilizar locações em Goiânia foi considerada um desrespeito à memória das vítimas e uma forma de apagar a cidade da relevância da tragédia.

Em contrapartida, a equipe responsável pela série defendeu a escolha de São Paulo como cenário principal, justificando questões técnicas e logísticas. Entretanto, a falta de inclusão de Goiânia despertou críticas sobre a responsabilidade das produções audiovisuais em retratar fielmente eventos históricos, especialmente aqueles que impactaram diretamente comunidades locais.

O debate em torno da representatividade de Goiânia na série reflete a sensibilidade necessária ao abordar temas delicados como acidentes nucleares. A memória coletiva da população goiana em relação ao episódio do Césio-137 merece ser preservada e respeitada, o que levanta questionamentos sobre o papel da indústria do entretenimento na construção e manutenção dessa memória.

A Netflix, diante das críticas recebidas, afirmou que a série Emergência Radioativa busca retratar com fidelidade os eventos históricos, destacando a importância de manter viva a memória do acidente de 1987. A controvérsia em torno da representação de Goiânia evidencia a complexidade de adaptar eventos reais para a ficção, ressaltando a necessidade de um equilíbrio entre fidelidade histórica e viabilidade artística na produção audiovisual.