Neurocirurgião de 81 anos é preso suspeito de importunação sexual em hospital do Paraná: detalhes da investigação

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Neurocirurgião de 81 anos é preso suspeito de importunar sexualmente mulher em hospital do Paraná, diz polícia

Pedro Garcia Lopes estava como acompanhante na unidade quando foi denunciado. Defesa do médico disse que não irá se manifestar no momento.

No depoimento, o médico ficou em silêncio. — Foto: Reprodução

O neurocirurgião Pedro Garcia Lopes, de 81 anos, foi preso flagrante em Londrina, no norte do Paraná, suspeito de importunação sexual e crimes contra a dignidade sexual, nesta segunda-feira (14). A denúncia foi feita pela acompanhante de um paciente da Santa Casa de Londrina.

A RPC teve acesso ao inquérito policial, que relata que Lopes estava no hospital como cliente e não como funcionário. Na ocasião, ele acompanhava um familiar em um quarto, mesmo local onde a vítima estava.

O caso, conforme o inquérito, aconteceu no final da tarde de sexta-feira.

Lopes é suspeito de chamar a mulher até ele, puxar a blusa dela e usar as pernas para impedir que ela saísse de perto. A vítima disse em depoimento que se aproximou por achar que o idoso precisava de ajuda.

> ” […] e disse a ela ‘gordinha gostosa, você é uma delicia, vou te pegar’. Momento em que ela o empurrou e saiu correndo”, consta no inquérito policial.

As apurações mostraram que, apesar de estar vestindo jaleco com a especialidade bordada, o médico não estava atendendo naquele momento. O inquérito também detalha que o filho do médico foi até o local e pediu desculpas à vítima e ao marido dela. O homem justificou a situação a eles dizendo que Lopes está em “processo inicial de demência”.

A Polícia Militar (PM-PR) foi acionada até o hospital e o médico foi encaminhado à delegacia. No depoimento, o neurocirurgião optou por permanecer em silêncio. O delegado Roberto Fernandes de Lima entendeu que houve “materialidade do delito”, ou seja, foram apresentados depoimentos que comprovavam a versão da vítima. Por isso, o médico foi autuado em flagrante.

Na manhã desta terça-feira (15), após audiência de custódia, Lopes recebeu liberdade provisória, sem permissão para se aproximar ou fazer contato com a vítima.

Em nota, a defesa do neurocirurgião informou que não irá se manifestar no momento. No pedidos de liberdade provisória, incluiu laudos que mostram que o idoso possui “demência progressiva irreversível”. A Irmandade da Santa Casa de Londrina (Iscal) disse, também por meio de nota, que Pedro Garcia Lopes não atende nos hospitais do grupo “há mais de oito anos”.

O Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) se manifestou dizendo que a investigação está em sigilo. “Esta notícia será alvo de investigação que pode culminar até em cassação do diploma. Eventual inimputabilidade também é avaliada dentro dos trâmites do Conselho”, disse o CRM.

Até a publicação desta reportagem, Pedro Garcia Lopes possui CRM ativo para as especialidades de neurologia, neurocirurgia e eletroencefalografia.

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