New York Times diz que Bolsonaro mudou posicionamento com Huawei para conseguir vacinas

O jornal americano The News York Times publicou uma matéria assinada pelos jornalistas Ernesto Londoño e Letícia Casado, em que associa o leilão de tecnologia 5G no Brasil à aquisição de vacinas contra a Covid-19.

O argumento dos repórteres é que o governo de Jair Bolsonaro mudou a postura em relação à participação da empresa chinesa Huawei no leilão para conseguir adquirir vacinas contra o coronavírus junto à China. Na gestão de Donald Trump, frear a Huawei era um objetivo americano.

A matéria Nova Iorquina cita a visita do ministro das comunicações, Fábio Faria, à China em fevereiro: “Aproveitei a viagem para pedir vacinas, que é o que todos clamam”, teria dito o membro do governo. A reportagem segue afirmando que duas semanas depois o governo brasileiro anunciou as regras para o leilão da 5G. A Huawei terá permissão para participar.

Eles admitem no texto que a conexão entre os dois fatores não é clara, mas reafirmam a crença em uma “mudança do Brasil em relação à China”. Além de já ter sido banida nos Estados Unidos, a Huawei também foi proibida no Reino Unido até 2027.

Imagem: Igor Shimabukuro

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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