Delegado do Meio Ambiente alerta que nascentes do Araguaia estão morrendo

Em 22 anos de atuação, a Delegacia de Meio Ambiente (Dema) de Goiás ajudou a salvar mais de 5 mil nascentes.

Desde 1999, a Delegacia de Meio Ambiente (Dema) de Goiás, já alcançou a recuperação das nascentes dos principais rios do estado. Rio Meia Ponte, Ribeirão Anicuns, Ribeirão João Leite, Rio Piancó, Rio Vermelho, Rio Claro, Rio Verdão, Rio Jataí, Rio Doce, Rio dos Bois, Rio Abóbora, Rio Araguaia e outros, fazem parte de áreas do Cerrado cuja monitoração é constantemente . Entretanto, o delegado titular da Dema, alerta que “não gostaria de estar certo, mas em 40 anos, o Araguaia pode secar”.

O Rio Araguaia nasce em Goiás e deságua no Pará. Ele é considerado um dos rios mais importantes do Brasil e contribui com as bacias hidrográficas Amazônica e do Sudeste. O programa de reflorestamento das áreas de preservação permanente “Programa Nascentes” é de iniciativa da Polícia Civil de Goiás Deam e tem o foco na
recuperação de nascentes, lagos naturais/artificiais e matas ciliares degradadas do Cerrado.

Sobre a relevância das nascentes e matas ciliares, o delegado Luziano Severino de Carvalho, afirma:

“A natureza fala com a gente, ela revela caminhos e isso é sagrado. Ela revela os seus limites. E os recados contrários estão dados também: eles deixam o meio ambiente em segundo plano quando o poderio econômico fala mais alto”.

De acordo com o próprioPrograma Nascentes”, as nascentes e as matas ciliares são importantes em todas as camadas de proteção ambiental.

“Vão desde a retenção de água no sistema de armazenagem subterrânea, passando pelo controle de processos erosivos e de assoreamento de corpos hídricos, dificultam o envenenamento das águas por agrotóxicos, pelo abastecimento hídrico de populações animais, vegetais e humanas com seus sistemas de produção, até alcançarem o status de corredores ecológicos, os quais propiciam a fluidez dos fluxos genéticos entre os seres vivos, é o habitat e fonte de alimentos para a fauna aquática e avifauna, aumentando os inimigos naturais das pragas das lavouras agrícolas. Fornece abrigo aos agentes polinizadores e é de fundamental importância para o nível de quantidade e qualidade da água, e com isso contribuem para a manutenção da biodiversidade e a perpetuação das espécies”.

Luziano afirma que é importante que se tenha ações preventivas, que eduque e oriente, mas o reflexo que se vê é de boi nos lugares onde deveriam ter peixes. “No Araguaia temos muitas lagoas naturais e lagos naturais. Quando conversamos com o pessoal que está ali há 40 anos, eles dizem que essas lagoas, no passado, interligavam uma com a outra e, nesses canais, podia pescar. Hoje está tudo seco”, diz.

Em contrapartida, no suspiro de alívio, o trabalho da Deam, ao recuperar mais de 5 mil nascentes, mostra os avanços feitos na preservação.

Corredor Ecológico – Nascentes do Araguaia, município de Mineiros. Ano 2010 e Ano 2019. (Programa Nascentes – DEAM Goiás)

 

Questionado sobre o impacto do turismo na região, ele afirma que, ao comparar com toda a destruição já vista em mais de vinte anos de Deam, é zero. Luziano chama a atenção também para lugares que precisam ser vistos de forma urgente, pois estão “morrendo”: Lago dos Tigres, com mais de 37km de extensão, situano no Vale do Araguaia; Rio Água Limpa, forma o Lago dos Tigres junto com o Rio Vermelho e Lago Jurumirim, no município de Jussara.

 

Nascente do Córrego Boa Vista, município de Goianira. Ano 200 e Ano 2010 (Programa Nascentes – DEAM Goiás)

Sobre os resultados do programa, o delegado diz que são monitorados num prazo de quatro anos. “Nosso balanço foi feito em 2019, então, em 2023, com a proteção e monitoramento de uma nascente durante esse período, com todas as manutenções corretas, o processo de recuperação está consolidado”, afirma. Além disso, ele diz que o programa não usufruiu de dinheiro público, pois é realizado em parcerias com empresários e agropecuaristas, buscando, sobretudo, uma conscientização.

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Hugo destaca avanço em cirurgias endoscópicas com melhorias e investimentos

O Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo), unidade do governo do Estado gerida pelo Hospital Israelita Albert Einstein desde junho deste ano, realizou no final de novembro sua primeira cirurgia endoscópica da coluna vertebral. Essa técnica, agora prioritariamente utilizada nos atendimentos de urgência e emergência, é minimamente invasiva e representa um avanço significativo no tratamento de doenças da coluna vertebral, proporcionando uma recuperação mais rápida e menores riscos de complicações pós-cirúrgicas.

Segundo o coordenador da ortopedia do Hugo, Henrique do Carmo, a realização dessa técnica cirúrgica, frequentemente indicada para casos de hérnia de disco aguda, envolve o uso de um endoscópio. Este equipamento, um tubo fino equipado com uma câmera de alta definição e luz LED, transmite imagens em tempo real para um monitor, iluminando a área cirúrgica para melhor visualização. O tubo guia o endoscópio até a área-alvo, permitindo uma visão clara e detalhada das estruturas da coluna, como discos intervertebrais, ligamentos e nervos.

“Quando iniciamos a gestão da unidade, uma das preocupações da equipe de ortopedia, que é uma especialidade estratégica para nós, foi mapear e viabilizar procedimentos eficazes já realizados em outras unidades geridas pelo Einstein, para garantir um cuidado mais seguro e efetivo dos pacientes”, destaca a diretora médica do hospital, Fabiana Rolla. Essa adoção da técnica endoscópica é um exemplo desse esforço contínuo.

Seis meses de Gestão Einstein

Neste mês, o Hugo completa seis meses sob a gestão do Hospital Israelita Albert Einstein. Nesse período, a unidade passou por importantes adaptações que visam um atendimento mais seguro e de qualidade para os pacientes. Foram realizados 6,3 mil atendimentos no pronto-socorro, mais de 6 mil internações, mais de 2,5 mil procedimentos cirúrgicos e mais de 900 atendimentos a pacientes com Acidente Vascular Cerebral (AVC).

A unidade passou por adequações de infraestrutura, incluindo a reforma do centro cirúrgico com adaptações para mitigar o risco de contaminações, aquisição de novas macas, implantação de novos fluxos para um atendimento mais ágil na emergência, e a reforma da Central de Material e Esterilização (CME) para aprimorar o processo de limpeza dos materiais médico-hospitalares.

Hoje, o Hugo também oferece um cuidado mais humanizado, tanto aos pacientes como aos seus familiares. A unidade implementou um núcleo de experiência do paciente, com uma equipe que circula nos leitos para entender necessidades, esclarecer dúvidas, entre outras atividades. Além disso, houve mudança no fluxo de visitas, que agora podem ocorrer diariamente, com duração de 1 hora, em vez de a cada três dias com duração de 30 minutos.

Outra iniciativa realizada em prol dos pacientes foi a organização de mutirões de cirurgias, visando reduzir a fila represada de pessoas internadas que aguardavam por determinados procedimentos. Essa ação viabilizou a realização de mais de 32 cirurgias ortopédicas de alta complexidade em um período de dois dias, além de 8 cirurgias de fêmur em pacientes idosos. Todos os pacientes beneficiados pelos mutirões já tiveram alta hospitalar.

Plano de investimentos para 2025

Para o próximo ano, além do que está previsto no plano de investimentos de R$ 100 milhões anunciado pelo Governo de Goiás, serão implantadas outras melhorias de fluxos e processos dentro das atividades assistenciais. Isso inclui processos preventivos de formação de lesões por pressão, otimização de planos terapêuticos, cirurgias de emergência mais resolutivas, e outras ações que visam aprimorar o cuidado dos pacientes.

O hospital também receberá novos equipamentos, como o tomógrafo doado pelo Einstein para melhorar o fluxo de pacientes vítimas de trauma e AVC, e um robô de navegação cirúrgica.

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