Última atualização 02/09/2022 | 16:07
Pela terceira eleição consecutiva, eleitores poderão utilizar o nome social na hora de votar. Neste ano, no Brasil, o crescimento chegou a mais de 370% em relação ao pleito de quatro anos atrás. Os estados com os maiores números dessa parcela são, respectivamente, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia e Ceará. O Acre apresenta a menor quantidade.
Nomes sociais nas eleições
Os nomes sociais são utilizados por pessoas transexuais, transgêneros ou travestis. Neste ano, 37.646 eleitores votarão com nomes sociais, sendo que, em 2018, foram 29.701. Esse aumento em relação ao espaço entre as duas Eleições quadriplicou, chegando a um crescimento de 373,83%. Na divisão por gênero, são 20.129 eleitoras e 17.517 eleitores.
Uma boa parte dos eleitores trans brasileiros (14,4%) possui entre 21 e 24 anos. É o caso de Gustavo Yohan, de Goiânia. Esta será a segunda vez que votará com o nome já retificado, mas, em sua primeira Eleição, utilizou o nome social. O jovem explica que, naquela ocasião, não foi uma experiência boa pois houve erro no sistema e ele precisou utilizar o nome social e de registro. Hoje, isso não acontece mais.
“Nos últimos anos, a gente tem visto pessoas trans fazendo uma movimentação política e social muito forte. Mais pessoas trans estão sabendo que isso é possível, estão indo atrás desses recursos e mudando seus documentos. Mas ainda é uma informação muito restrita a uma parcela minúscula da comunidade trans”, explica Gustavo.
Segundo ele, a “cara” dos eleitores brasileiros, em grande maioria, é um reflexo dos políticos. Por esse motivo, a comunidade trans está lutando diariamente para buscar espaço, começando pelo direito a usar nome social na hora de votar. Ainda que, de acordo com o jovem, toda pessoa trans que vai votar saiba que sofrerá algum tipo de violência no caminho, o esforço continua.
“A cada ano que passa, estamos vendo o número aumentar muito. Ainda assim, temos um número de votantes muito baixo. Para essas candidaturas serem eleitas, vamos precisar de pessoas trans, porque a gente vota na gente, isso fica nas nossas mãos. Precisamos ter o mesmo acesso ao voto garantido”, conclui.