No Dia Mundial do Doador de Sangue, déficit no Hemocentro chega a 20%

Nesta terça-feira, 14, é celebrado o Dia Mundial do Doador de Sangue, mas a data não é motivo de comemoração em Goiás. De acordo com a Rede estadual de Hemocentros (Rede Hemo), atualmente o estoque de sangue do estado apresenta déficit de 20%. Os tipos sanguíneos com fatores Rh negativos são minoria no banco.

De acordo com a diretora-geral da Rede Hemo, Denyse Goulart, o baixo estoque ocorre porque a população ainda acredita que só é necessário realizar a doação de sangue em períodos em que aumentam os casos de acidentes. No entanto, constantemente os hospitais necessitam de sangue para tratamentos como de dengue, em estágio grave e transfusões.

Denyse Goulart, diretora geral da Rede estadual de Hemocentros. (Foto: Arquivo pessoal)

“A população ainda acha que precisa doar sangue somente em férias escolares, carnaval, mas na verdade nosso trabalho é o ano todo. A gente trata doenças crônicas, atende todos os tipos de serviços de saúde, desde uma ambulatório a um hospital de grande porte que realiza cirurgias de emergência. Por isso, a nossa demanda é contínua”, explicou Denyse.

Postos de coleta de sangue:

Ainda segundo a diretora, são poucos os postos de coleta no estado. Na região metropolitana, por exemplo, apenas Goiânia conta com locais para doação. As demais cidades, como Aparecida de Goiânia, Trindade, Senador Canedo e Anápolis não possuem postos para a coleta.

Além disso, existe uma falta de empenho por parte dos hospitais credenciados, para encaminhar os familiares de pacientes para a Rede Hemo. São 225 unidades atendidas, mas a minoria contribui encaminhando doadores.

“A gente pede que eles sejam multiplicadores da importância de doar sangue. E a gente infelizmente tem uma baixa adesão. A gente tem basicamente só em Goiânia, os hospitais de referências, que colaboram conosco”, contou a Denyse.

Ainda segundo a diretora, o doador deve ser assíduo, para que seja possível manter o estoque de sangue em bons níveis. Para incentivar, a Rede Hemo lança nesta quarta-feira, 15, a carteirinha de doador.

Quem pode doar sangue?

Podem doar sangue pessoas entre 16 e 69 anos e que estejam pesando mais de 50kg. Menores de 18 anos só podem doar com consentimento formal dos responsáveis.

Pessoas com febre, gripe ou resfriado, diarreia recente, só podem doar após 7 dias sem os sintomas. Além disso, é necessário aguardar três dias em caso de vacinação contra a Covid-19.

O procedimento para doação de sangue é simples e apresenta riscos para o doador, porque nenhum material usado na coleta é reutilizado, o que elimina qualquer possibilidade de contaminação.

Os requisitos para doar sangue é estar com bom estado de saúde e seguir os seguintes passos:

  • Estar alimentado. Evite alimentos gordurosos nas 3 horas que antecedem a doação de sangue.
  • Caso seja após o almoço, aguardar 2 horas.
  • Ter dormido pelo menos 6 horas nas últimas 24 horas.
  • Pessoas com idade entre 60 e 69 anos só poderão doar sangue se já o tiverem feito antes dos 60 anos.
  • A frequência máxima é de quatro doações de sangue anuais para o homem e de três doações de sangue anuais para as mulheres.
  • O intervalo mínimo entre uma doação de sangue e outra é de dois meses para os homens e de três meses para as mulheres.

Não podem doar sangue:

  • Gestantes;
  • Mulheres no período pós-gravidez: 90 dias para parto normal e 180 dias para cesariana;
  • Amamentação: até 12 meses após o parto;
  • Ingestão de bebida alcoólica nas 12 horas que antecedem a doação;
  • Tatuagem e/ou piercing nos últimos 12 meses (piercing em cavidade oral ou região genital impedem a doação);
  • Extração dentária: 72 horas;
  • Apendicite, hérnia, amigdalectomia, varizes: 3 meses;
  • Colecistectomia, histerectomia, nefrectomia, redução de fraturas, politraumatismos sem seqüelas graves, tireoidectomia, colectomia: 6 meses;
  • Transfusão de sangue: 1 ano;
  • Vacinação: o tempo de impedimento varia de acordo com o tipo de vacina;
  • Exames/procedimentos com utilização de endoscópio nos últimos 6 meses;
  • Ter sido exposto a situações de risco acrescido para infecções sexualmente transmissíveis (aguardar 12 meses após a exposição).
  • Ter passado por um quadro de hepatite após os 11 anos de idade;
  • Uso de drogas ilícitas injetáveis;
  • Malária
  • Doença de Chagas

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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