No mundo, 20% das mães têm transtorno mental; índice é maior no Brasil

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No mundo, 20% das mães têm transtorno mental; índice é maior no Brasil

O cuidado com a saúde mental é apontado como essencial para a qualidade de vida, independente de questões sociais, ideológicas, idade ou religião. As mulheres são apontadas como o grupo mais suscetível ao desenvolvimento de problema dessa área, que podem surgir na gestação ou após o nascimento do bebê. No chamado Janeiro branco, o alerta é crucial devido aos elevados índices de doenças.  A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 20% das mães em todo o mundo apresentam algum tipo transtorno mental, em sua maioria a depressão. No Brasil, uma em cada quatro mulheres apresenta sintomas de depressão no período de 6 a 18 meses após o nascimento do bebê, segundo estudo realizado pela Fiocruz.

“Como você consegue ter esse autocuidado? Você precisa ter uma rede de apoio, uma mãe que trabalha fora, tem as atividades de casa e têm as crianças, então ela precisa ter o tempo consigo mesma, precisa sair com as amigas, precisa de ter uma rotina própria igual qualquer outra pessoa. Sem ter uma rede de apoio não é possível ter esse autocuidado”, destaca a psicóloga Elisângela Faria.

Profissionais apontam que os cuidados devem ser rotineiros e periódicos, assim como com qualquer outra doença física, porque a prevenção é a melhor estratégia de saúde. A psicóloga, que é especialista em psicologia clínica, neuropsicologia e também mãe de um casal de filhos, alerta sobre a necessidade do equilíbrio nos papéis  de mãe, mulher e profissional. Ela sugere a definição de limites e de atividades para que a mulher consiga se organizar, assim como aprender a delegar.

“Início de janeiro não vou cuidar só das coisas físicas, vou cuidar do principal que é o emocional, pois cuidando do emocional eu consigo ter um equilíbrio, e a gente precisa ter esse equilíbrio. É preciso dividir as responsabilidades e saber que no emprego se é profissional, em casa se é mãe, mas em nenhum aspecto se deixa de ser mulher”, lembra.

 

Esgotamento

Os estereótipos da  maternidade prejudica discussões sérias sobre o tema, acredita a especialista. A condição costuma estar associada ao sagrado e à felicidade suprema, apesar das dificuldades, esgotamento físico, solidão e cobranças. “Não existe maternidade perfeita”, frisa Elisângela. A psicóloga esclarece que a carga mental se volta para a figura da mãe, o que a faz acreditar que, por ser o esteio e o arrimo da família, quaisquer erros sejam inadmissíveis.  Ela recomenda buscar ajuda em instituições como o Centro de Valorização a Vida (CVV) onde profissionais capacitados estão dispostos a ouvir. O serviço é gratuito e oferecido através do número 188.

 

 

 

 

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Quatro estudantes da PUC-SP são desligados após se envolverem em atos racistas durante jogo

Quatro estudantes de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) foram desligados de seus estágios em escritórios de advocacia após um vídeo viralizar nas redes sociais, mostrando atos de racismo e aporofobia cometidos durante uma partida de handebol nos Jogos Jurídicos Estaduais. O incidente ocorreu no último sábado, 17, em Americana, interior de São Paulo. Nos registros, os alunos ofenderam colegas da Universidade de São Paulo (USP), chamando-os de “cotistas” e “pobres”.

As demissões foram confirmadas por meio de notas oficiais enviadas às redações. O escritório Machado Meyer Advogados, por exemplo, anunciou a demissão de Marina Lessi de Moraes, afirmando que a decisão estava alinhada aos seus valores institucionais, com o compromisso de manter um ambiente inclusivo e respeitoso. O escritório Tortoro, Madureira e Ragazzi também confirmou a dispensa de Matheus Antiquera Leitzke, reiterando que não tolera práticas discriminatórias em suas instalações. O Castro Barros Advogados fez o mesmo, informando que Arthur Martins Henry foi desligado por atitudes incompatíveis com o ambiente da firma. O escritório Pinheiro Neto Advogados também comunicou que Tatiane Joseph Khoury não faz mais parte de sua equipe, destacando o repúdio ao racismo e qualquer forma de preconceito.

Repercussão do caso

O episódio gerou forte indignação nas redes sociais e foi amplamente criticado. O Centro Acadêmico XI de Agosto, que representa os alunos da Faculdade de Direito da USP, se manifestou, expressando “espanto, indignação e revolta” com as ofensas racistas e aporofóbicas proferidas pelos alunos da PUC-SP. A instituição ressaltou que o incidente representou uma violência contra toda a comunidade acadêmica.

Em resposta, a reitoria da PUC-SP determinou a apuração rigorosa dos fatos pela Faculdade de Direito. Em comunicado, a universidade afirmou que os responsáveis serão devidamente responsabilizados e conscientizados sobre as consequências de suas atitudes. A PUC-SP reiterou que manifestações discriminatórias são inaceitáveis e violam os princípios estabelecidos em seu Estatuto e Regimento.

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