No primeiro dia de julgamento, duas testemunhas são ouvidas

Após diversas manobras da defesa do ex-vice-presidente do Atlético, Maurício Sampaio, finalmente começou o julgamento do assassinato do jornalista esportivo Valério Luiz. Nesta segunda (13), foi o primeiro dia dos cerca de três previstos para análise do caso e duas testemunhas foram ouvidas: delegado que conduziu o caso, Hellyton Carvalho, e o publicitário Alípio Ferreira Nogueira.

A sessão começou por volta das 10 horas da manhã no Tribunal de Justiça de Goiás. O crime ocorreu há dez anos supostamente após uma das últimas críticas do cronista terem irritado o empresário, acusado de ser o mandante. Outras quatro pessoas respondem pelo homicídio.

Hellyton foi ouvido por aproximadamente três horas. O advogado Silva Neto, defensor de Sampaio, fez perguntas e pontuou que a perícia encontrou mudanças na cena do crime, no corpo e no carro de Valério Luiz na época.  Ao promotor de Justiça, o publicitário Alípio Ferreira Nogueira disse que chegou ao local do crime um minuto e meio depois dos disparos. Ele afirmou que encontrou duas pessoas no local: Urbano, acusado de contratar policial que teria matado o jornalista, e um dono de um estacionamento. Até o fechamento desta edição, o julgamento ocorria sem previsão de término.

Prestes a completar dez anos, o assassinato do cronista esportivo Valério Luiz pode finalmente chegar a um desfecho com o júri popular. Para o filho do jornalista, Valério Luiz Filho, a expectativa é de que os culpados sejam finalmente punidos. “Acredito que agora não tem escapatória, acredita ele, que é assistente de acusação. Além de Maurício e Urbano, são acusadas de envolvimento no crime: Ademá Figueiredo, cabo da PM acusado de executar o cronista, Marcus Vinícius Pereira Xavier, açougueiro, que teria participado do planejamento do crime e Djalma da Silva, policial militar denunciado por atrapalhar as investigações.

Adiamentos

A sessão já foi adiada quatro vezes, sendo a última no dia 2 de maio, quando os advogados de defesa dos réus deixaram o plenário. Em 2019, o julgamento foi adiado sob alegação de falta de estrutura para um caso que exigiria grande acomodação. Segundo o advogado de acusação e filho da vítima, Valério Luiz Filho, um dos auditórios do TJ-GO chegou a ser reformado na época, o que levou alguns meses.

O juiz Lourival Machado, da 4ª Vara de Crimes Danosos Contra à Vida, marcou uma nova data, que também foi adiada devido à pandemia. No dia 14 de março, o julgamento foi remarcado pela terceira vez porque o advogado de Sampaio abandonou o caso. Em maio deste ano, houve o quarto adiamento, quando os advogados de defesa abandonaram o plenário.

Relembre o caso Valério Luiz

O jornalista Valério Luiz foi morto a tiros, aos 49 anos, no dia 12 de julho de 2012, quando saía da Rádio Bandeirantes 820 AM, onde trabalhava, no Setor Serrinha. Segundo o inquérito policial, foram encontrados elementos suficientes para colocar os suspeitos de matar o jornalista na posição de indiciados. Na mesma linha, o Ministério Público entrou com denúncia, em fevereiro de 2013, iniciando a ação penal.

A partir daí, houve audiências, testemunhas foram ouvidas, réus interrogados e advogados das duas partes reuniram provas. Em agosto de 2014, a Justiça decidiu que os acusados deveriam ir à júri popular, decisão confirmada, posteriormente, pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

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Jovem é baleada por PRF na BR-040, no RJ, na véspera de Natal

Na véspera de Natal, Juliana Leite Rangel, uma jovem de 26 anos, foi baleada na cabeça durante uma abordagem da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na BR-040, em Caxias, na Baixada Fluminense. O incidente ocorreu quando ela se dirigia à casa de parentes em Itaipu, Niterói.

Segundo relatos de seu pai, que também estava no veículo, ele sinalizou para encostar, mas os agentes da PRF iniciaram os disparos e balearam Juliana na nuca.

“Falei para a minha filha: ‘Abaixa, abaixa’. Eu abaixei, meu filho deitou no fundo do carro, mas infelizmente o tiro pegou na minha filha. Eles já desceram do carro perguntando: ‘Porque você atirou no meu carro?’. Só que nem arma eu tenho, como é que eu atirei em você?”, disse Alexandre.

A vítima foi levada imediatamente ao Hospital Adão Pereira Nunes, sendo submetida a uma cirurgia. Segundo a Prefeitura de Duque de Caxias, seu estado de saúde é considerado gravíssimo. Além dela, o pai também foi baleado na mão esquerda, mas não teve fraturas e recebeu alta na mesma noite do crime.

Deyse Rangel, mãe da vítima, também estava no carro no momento do incidente junto com o outro filho. “A gente viu a polícia e até falou assim: ‘Vamos dar passagem para a polícia. A gente deu e eles não passaram. Pelo contrário, começaram a mandar tiro em cima da gente. Foi muito tiro, foi muito tiro”, afirmou Deyse.

A PRF não se pronunciou sobre o caso.

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