“Nossa missão é socorrer todas que precisarem em Goiás”, diz Gracinha Caiado

“Nossa missão é ajudar e socorrer todas que precisarem em Goiás”, afirma Gracinha Caiado

Destaque no mês de março com o Dia Internacional da Mulher, a luta das mulheres para garantir direitos tem protagonismo durante todo o ano na Organização das Voluntárias de Goiás (OVG). Em 2022, elas representaram 58% do público atendido com doações como cadeiras de rodas padrão e higiênica, fraldas geriátricas e infantis. São mulheres em situação de vulnerabilidade social, responsáveis pelo sustento de seus lares, que encontram na instituição apoio e ajuda que significam mais qualidade de vida e cidadania.

“Sabemos que muitas mulheres são o arrimo da família, são aquelas que mantêm o lar. Aqui na OVG, constatamos isso quando vemos que são elas as responsáveis pelos cadastros dos lares para os benefícios sociais do Governo de Goiás, mas não só isso. Infelizmente, muitas mulheres ainda são abandonadas à própria sorte, muitas vezes com vários filhos para criar”, pontua a presidente de honra da OVG e coordenadora do Gabinete de Políticas Sociais, primeira-dama Gracinha Caiado.

“Nosso objetivo é ajudar com as necessidades imediatas, mas também proporcionando a essas famílias a melhoria gradual da qualidade de vida, seja com o ProBem, para que ela tenha uma profissão, seja com as oportunidades de qualificação que oferecemos rumo ao mercado de trabalho. Nossa missão é ajudar e socorrer todas que precisarem em Goiás”, afirma Gracinha.

A primeira-dama lembra que, referência em assistência social no país, a OVG representa bem a força feminina. Prova disso é que cerca de 75% dos bolsistas do Programa Universitário do Bem (ProBem) são mulheres. Além da bolsa de estudos, as beneficiárias têm a oportunidade de fazer estágio e cursos de capacitação, muitos deles voltados para o empreendedorismo.

Cuidados

A OVG cuida do público feminino de todas as faixas etárias. Cerca de 55% dos jovens e adolescentes atendidos pelo Centro da Juventude Tecendo o Futuro são mulheres. Elas também são maioria nas quatro unidades voltadas ao amparo da terceira idade. Representam quase 85% (84,94%) dos atendimentos gratuitos, dentre os quais hidroginástica, dança, oficinas de artesanato, atividades lúdicas, aulas de inclusão digital e atendimento médico.

Outro público atendido pela Organização, desde 2019 quase duas mil (1.883) grávidas e puérperas, em Goiânia e Região Metropolitana, contaram com ações de acolhimento e amparo de uma equipe multidisciplinar, por meio do Programa Meninas de Luz. O atendimento também se estendeu para mulheres de outros 14 municípios.

Desde fevereiro do ano passado, a OVG também tem combatido a chamada pobreza menstrual. Já são 17.284 pacotes com 32 unidades de absorventes íntimos distribuídos para mulheres em situação de vulnerabilidade social.

Em outra iniciativa, o Banco de Alimentos da OVG beneficiou mais de 52 mil pessoas com a doação de frutas in natura, verduras e folhagens, Mix do Bem, frutas desidratadas e legumes a vácuo que garantiram refeições saudáveis, nos últimos 4 anos. Cerca de 80% desse atendimento foi oferecido a mulheres.

Da situação de rua à casa própria

Tendo o protagonismo feminino como destaque desde sua fundação, em 1947, quando um grupo de mulheres se uniu para criar uma instituição que atendesse famílias carentes, a OVG conserva esse papel de fortalecimento feminino até os dias atuais. Hoje, 71% do quadro de colaboradores da Organização é composto por mulheres, que encontram na entidade a oportunidade de valorização profissional e independência financeira.

Esse é o caso de Helena Maria da Silva, 60 anos. Há 26, ela faz parte do quadro de colaboradores da OVG. Começou como serviços gerais e, hoje, é servidora técnico-administrativa da coordenação de Programação de Aquisição de Bens. “Dona Helena”, como é carinhosamente chamada pelos colegas de trabalho, afirma que a Organização foi fundamental para as principais conquistas de sua vida.

“Consegui ter a minha casa própria, comprar meu carro e, o mais importante, garantir que minha filha fizesse uma faculdade. Na minha juventude, cheguei a morar na rua. Hoje, tenho uma vida estruturada e sou valorizada pela OVG pelo meu trabalho. Sou muito grata por isso”, conta.

Para a diretora-geral da OVG, Adryanna Melo Caiado, é uma alegria saber que a instituição contribui para que tantas mulheres sejam protagonistas da própria história. “As mulheres são a maioria em nossa força de trabalho. São responsáveis pela OVG ser uma referência em assistência social no país. Temos o compromisso de continuar apoiando as mulheres para que consigam ter melhor qualidade de vida, gerar renda e conquistar a transformação social que tanto necessitam”, finaliza.

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Jovem baleada por agentes da PRF continua em estado grave no hospital

A jovem Juliana Leite Rangel, 26 anos, permanece em estado grave, no Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes (HMAPN),em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Ela foi internada na unidade, às 21h12, de terça-feira, 24, após ser atingida por um tiro de fuzil na cabeça por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), na Rodovia Washington Luís (BR-040), também naquele município.

Por meio da Secretaria Municipal de Saúde e da direção do HMAPN, a Prefeitura de Duque de Caxias informou que a jovem foi levada para a unidade pela PRF. “A direção do HMAPN informa que a paciente, atingida por arma de fogo (PAF) em crânio, foi entubada e encaminhada diretamente para o centro cirúrgico, onde passou por procedimento, sem intercorrências. No momento, segue internada no CTI, hemodinamicamente instável, entubada e acompanhada por equipe multidisciplinar. A paciente mantém o quadro gravíssimo”, informou em nota divulgada no início da manhã desta quinta-feira, 26.

Em entrevista ontem no Hospital, a médica intensivista do Adão Pereira Nunes, Juliana Paitach, disse que mesmo em estado grave, Juliana Leite Rangel, tem reagido positivamente aos medicamentos que vem recebendo. “Do que ela chegou para agora não teve piora. Ela se manteve em um grau de gravidade que estabilizou com as drogas que estão entrando com a medicação e não teve piora, ou seja, a pressão se manteve com a medicação que está entrando. É uma paciente jovem, que foi atendida com rapidez e muita eficiência, que tem tudo para evoluir com positividade, mas não tem como a gente saber”, afirmou.

O Ministério Público Federal (MPF) instaurou Procedimento Investigatório Criminal, assinado pelo procurador da República, Eduardo Santos de Oliveira Benones, considerando que, conforme a Constituição de 1988 definiu, o órgão tem a incumbência da defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.

No texto, o procurador apontou que a jovem de 26 anos seguia de carro na companhia de familiares para comemorar o Natal e sofreu gravíssimos ferimentos. Benones destacou que ela não foi a única vítima, uma vez que o pai  dela, Alexandre, também foi baleado.

O procurador determinou que, considerando a necessidade de efetuar diligências, “visando a colheita de informações, documentos e outros elementos aptos a direcionar e definir a linha de atuação deste órgão ministerial no caso aqui apresentado”, a Superintendência da Polícia Federal, no Rio de Janeiro, dê informações sobre as providências adotadas. Requisitou ainda à Superintendência da Polícia Rodoviária Federal, também no Rio, a identificação dos policiais rodoviários federais envolvidos na ocorrência e a identificação dos autores dos disparos.

O procurador requereu também o imediato afastamento das funções de policiamento dos policiais envolvidos no caso, além do recolhimento dos veículos “com total preservação de seu estado, conforme verificado após a ocorrência”.

Benones determinou ainda o recolhimento e acautelamento das armas, de qualquer calibre ou alcance, que estavam em poder dos policiais envolvidos, “independentemente de terem sido utilizadas ou não, para realização de perícia”.

Para o HMAPN, o procurador pediu a expedição de um ofício para que o diretor da unidade informe ao MPF o estado de saúde das vítimas, independente de boletins médicos, bem como para o envio, de imediato, dos respectivos Boletins de Atendimento Médico de Juliana e de Alexandre.

Ainda no texto, o procurador determinou à Polícia do Ministério Público Federal que se dirija ao Hospital Adão Pereira Nunes, para apurar o estado de saúde da vítima, com declaração médica, a identidade dos integrantes da equipe médica que prestou os primeiros socorros, bem como da equipe responsável pelo acompanhamento do tratamento”.

Inquérito

A Polícia Federal instaurou inquérito para apurar a ocorrência da noite desta terça-feira, 24, que envolve policiais rodoviários federais. De acordo com a PF, as apurações começaram após ser acionada pela PRF.  Uma equipe esteve na Rodovia Washington Luís (BR-040) para realizar as medidas iniciais, como “a perícia do local, a coleta de depoimentos dos policiais rodoviários federais e das vítimas, além da apreensão das armas para análise pela perícia técnica criminal”, contou em nota divulgada ontem.

Também em nota, a Polícia Rodoviária Federal  informou nesta quarta-feira, 25, que, por determinação da Corregedoria da Polícia Rodoviária Federal, em Brasília, foi aberto, na manhã de ontem, um procedimento interno para apuração de fatos relacionados aos disparos, na BR-040, em Duque de Caxias, Baixada Fluminense. De acordo com a PRF, “os agentes envolvidos foram afastados preventivamente de todas as atividades operacionais”.

A corporação disse lamentar profundamente o episódio e esclareceu que, por orientação da Direção-Geral, “a Coordenação-Geral de Direitos Humanos acompanha a situação e presta assistência à família da jovem Juliana”.

Quanto às investigações, indicou que colabora com a Polícia Federal no fornecimento de informações que auxiliem nas apurações do caso.

Ministério da Justiça e Segurança Pública

“A polícia não pode combater a criminalidade cometendo crimes. As polícias federais precisam dar o exemplo às demais polícias”, apontou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, em nota divulgada pela pasta.

Lewandowski lamentou o incidente, que na visão dele, “demonstra a importância de uma normativa federal que padronize o uso da força pelas polícias em todo o país”.

“O Ministério da Justiça e Segurança Pública lamenta o ocorrido e se solidariza com a vítima e seus familiares. Informa ainda que tem empenhado todos os esforços para que as responsabilidades sejam devidamente apuradas”, completou a nota.

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