Notíci@ pura: Por medo de Moro, políticos substituirão projetos, prevê cientista político

O temor de perder o foro privilegiado no STF e STJ levará pretensos candidatos a cargos majoritários nos Estados, em 2018, a recuarem para cargos proporcionais, se perceberem risco iminente de derrotas. A análise é do historiador e cientista político, João Luiz Rabelo (foto). Essas mudanças, segundo ele, ocorrerão quando estiver mais próximo da realização das convenções partidárias – junho e julho do próximo ano. Pela sua previsão, governadores citados na lista do ministro Edson Fachin, encaminhada à Procuradoria Geral da República – PGR, com os nomes para serem investigados na Lava Jato, que por ventura estiverem mal avaliados em seus Estados, certamente irão reavaliar os seus projetos eleitorais. Alguns desistirão de disputar a reeleição, outros, que hoje sonham se eleger senadores, recuarão pra vagas na Câmara Federal, que exige menor número de votos. O mesmo ocorrerá em relação a atuais senadores que sonham com a reeleição e que estivem na relação. João Luiz prevê que antes de definir os projetos para a corrida eleitoral, os políticos que estiverem encrencados na operação pensarão duas vezes nos riscos de serem derrotados. Com isso, perderem o direito ao foro especial nos tribunais e caírem nas mãos do juiz Sérgio Moro, considerado por muitos na operação como implacável no rigor dos seus julgados. Um pesadelo que vem tirando o sono de muitos políticos.

Dificuldades à vista

Independentemente da consolidação, ou não, da candidatura do deputado Daniel Vilela a governador, em 2018, há indicativos de que o PMDB será muito difícil optar por apoiar a provável candidatura do senador Ronaldo Caiado (DEM). Haverá resistências em nível estadual, posição que deverá ser endossada pela direção nacional do partido. Mesmo com o apoio de Iris Rezende.

Mas em Jataí…

Algumas lideranças do PMDB e simpatizantes defendem que diante do aparecimento dos nomes de Daniel e de Maguito Vilela na lista de delatados da Odebrecht, a melhor opção para o partido nas eleições do próximo ano será aliar-se ao democrata.

E indicam a chapa

Os líderes jataienses defendem ousam e chegam a sugerir os nomes para a composição da “chapa dos sonhos”  para a região Sudoeste: governador: Ronaldo Caiado; vice: Humberto Machado, ex-prefeito de Jataí; senadores: Maguito Vilela (PMDB) e Vilmar Rocha (PSD) ou Lúcia Vânia (PSB).

Água e óleo

O difícil nessa composição (quase impossível) seria conciliar Vilmar Rocha com Ronaldo Caiado.

Mágoas do passado

O atual prefeito de Goiânia, Iris Rezende, e Humberto Machado, que deixou a Prefeitura de Jataí no dia 31 de dezembro, também já tiveram uma pitimba no passado. Iris teria prometido nomear Humberto para um cargo, em seu segundo governo (1991 – 1994), e não cumpriu, segundo consta.

Mesma moeda

É provável que Iris Rezende já tenha se esquecido do episódio, mas Humberto, não. Correu de boca em boca em Jataí, na época, que esse foi o motivo de Humberto Machado, ter se recusado a receber Iris Rezende para um comício na cidade, em 2012, quando Iris foi candidato a governador.

Em Sampa

Segundo informação no Morumbi, a senadora Lúcia Vânia (PSB) se encontrou com o vice-governador de São Paulo, Márcio França, do seu partido, nos feriados da Semana Santa. Não se sabe exatamente o que conversaram mas a posição do PSB nas eleições goianas de 2018 certamente compôs a pauta.

Entrevista

Maguito Vilela viajou para a sua fazenda no município de Jataí, no domingo. Ontem cedo, concedeu entrevista no estúdio da Rádio Difusora local, quando foi abordado principalmente sobre os últimos acontecimentos políticos.

Sem alteração

Já o pré-candidato Daniel Vilela não fez nenhuma modificação em sua agenda de rotina por conta do aparecimento do seu nome na lista do ministro Edson Fachin. Ele acredita até que o episódio não afetará o seu trabalho político que já vinha desenvolvendo, em face do aparecimento do seu nome na “lista de Fachin”.

Conter ímpeto

Em que pese a divulgação dos vídeos com as revelações da Lava Jato, nos últimos dias, o ex-presidente Lula vem sendo procurado por diversas autoridades destacadas nas delações da Odebrecht. Todos estariam em busca de um caminho para conter o ímpeto punitivo da Lava Jato.

Jovair com Marconi

O deputado Jovair Arantes (PTB) esteve reunido ontem com o governador Marconi Perillo, por mais de quatro horas. Em contato com a coluna às 21:00, ele disse que foram tratados de vários assuntos políticos de rotina. Um deles foi a questão da indicação dos demais cargos na SED pelo PTB mas um desfecho na questão, por enquanto.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp