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Nova lei estadual viabiliza ações preventivas ao AVC

Foi aprovada em março, na Assembleia Legislativa do Estado de Goiás, a Lei nº 21.816, que institui a Política Estadual de Prevenção ao Acidente Vascular Cerebral (AVC). A lei tem como objetivo viabilizar ações educativas sobre o AVC, realizar campanhas de prevenção sobre os diferentes tipos da doença e promover orientação técnica para pessoas suscetíveis a risco.

De acordo com a Associação Brasileira de Neurologia, o AVC é a segunda causa de morte e a primeira de incapacidade no Brasil. Em Goiás, segundo dados do Ministério da Saúde, foram registradas 1.026 mortes pela doença, em 2020. Em 2021, o número subiu para 1.054 e, em 2022, para 1.194 óbitos. No ano passado, foram registradas 7.624 internações pela doença, média de 21 por dia.

A superintendente de Políticas e Atenção Integral à Saúde da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), Paula dos Santos, acredita que a lei vai fortalecer e trazer mais responsabilidade aos municípios, que devem cumprir ações de prevenção de agravos da doença, com orientações, por exemplo, sobre práticas de vida mais saudável à população.

“O Estado cumpre a responsabilidade de atendimento e tratamento ao paciente que chega às unidades de alta complexidade. Mas as ações devem começar antes disso acontecer. A prevenção tem que ser mais trabalhada na atenção primária”, avalia a superintendente.

Projeto Angels

O Estado oferece atendimento de referência no Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo), que há um ano implantou o projeto Angels, para reforçar o tratamento da fase aguda do AVC. No projeto, a unidade desenvolveu um protocolo para acionar mais rapidamente as equipes que atendem os pacientes, e alcançou um tempo médio de dez minutos, abaixo da média nacional, de 25 minutos.

“O paciente entra no hospital, faz tomografia, é avaliado pelo neurologista, com plantão 24 horas na unidade. Quanto mais rápido, melhor para evitar piora no quadro”, explica o neurologista Marco Túlio Pedatela, um dos responsáveis pelo protocolo AVC no hospital.

O Hugo recebe, em média, oito pacientes por dia com quadro de AVC encaminhados pelas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).  “A gente não quer que esses pacientes cheguem aqui. O principal causador do AVC é a pressão alta. Isso precisa ser controlado com políticas de prevenção. Combater colesterol alto, cuidar da alimentação, controlar diabetes, glicemia, evitar consumo excessivo de álcool, não fumar, combater sedentarismo, isso tudo previne os agravos e podem diminuir casos de AVC”, enfatiza o médico.

O projeto Angels também é desenvolvido no Hospital Estadual de Urgências da Região Noroeste de Goiânia Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), com a diferença de não ter o profissional de neurologia presente 24 horas. Os Hospitais Estaduais Dr. Alberto Rassi (HGG) e do Centro-Norte goiano (HCN), em Uruaçu, são outras unidades do Governo de Goiás que recebem pacientes com suspeita de AVC.

Notas técnicas

Paula dos Santos lembra que o Estado tem em andamento as notas técnicas de hipertensão, que é um dos principais geradores de casos de AVC. “Essas notas técnicas já estão sendo trabalhadas através da planificação nas regionais de saúde. Com a lei (nº 21.816) serão mais fortalecidas para serem executadas dentro de cada território aqui no Estado”, afirma.

Goiás também conta com o projeto Hearts em alguns municípios, uma iniciativa da Opas que possibilita uma assistência mais qualificada para a hipertensão. O Dia Mundial do AVC, celebrado em 29 de outubro, é uma ação importante realizada em Goiânia com objetivo de chamar a atenção da população para o problema. É um alerta para os casos graves de AVC, que matam ou deixam sequelas nas pessoas, impedindo movimentos parciais ou completos no corpo e até perda da fala.

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