A partir deste domingo, 5, motoristas que circularem pela região central de Manhattan, durante os horários de pico, terão que pagar um pedágio de US$ 9. A cobrança, parte de um sistema de tarifação automática, abrange toda a área central e sul de Manhattan, incluindo ruas abaixo da 60ª Rua, na divisa com o Central Park.
Bairros como Midtown, Village, Chinatown, High Line, Chelsea e Wall Street, entre outros, estão dentro da zona de pedágio. O objetivo da medida, conhecida como tarifação de congestionamento, é reduzir o tráfego na cidade, cada vez mais sobrecarregada, e gerar recursos para investimentos na melhoria do transporte público.
Em entrevista, Janno Lieber, presidente e CEO da Metropolitan Transportation Authority (MTA), afirmou que estuda essa questão há cinco anos, destacando a gravidade do problema de trânsito no centro de Manhattan. “Precisamos facilitar a vida das pessoas que escolhem ou precisam dirigir na cidade”, disse Lieber.
De acordo com o Departamento de Transportes de Nova York, cerca de 700 mil veículos circulam pela região diariamente. Durante o horário de pico, veículos pequenos comerciais pagarão US$ 9, motocicletas terão uma tarifa de US$ 4,50, e caminhões e ônibus serão cobrados entre US$ 14,40 e US$ 21,60, dependendo do tamanho e tipo do veículo. Cada carro será cobrado uma única vez por dia através do sistema E-ZPass.
A medida gerou polêmica. O presidente eleito Donald Trump se comprometeu a encerrar o programa quando assumir o cargo, embora ainda não se saiba se ele cumprirá a promessa. Durante seu primeiro mandato, o projeto foi adiado à espera de uma revisão ambiental federal. Em novembro, Trump declarou que a cobrança de pedágio “desfavorecerá Nova York em relação a outras cidades e estados, e as empresas acabarão se afastando”.
Cidades como Londres e Estocolmo já adotam sistemas semelhantes, mas este é o primeiro pedágio de congestionamento nos Estados Unidos. A implementação do programa estava prevista para o ano passado, com uma tarifa inicial de US$ 15, mas foi adiada pela governadora democrata Kathy Hochul antes das eleições de 2024, quando disputas em áreas suburbanas foram essenciais para a retomada do controle do Congresso por seu partido. Após as eleições, Hochul reiniciou o projeto, mas com um valor mais baixo.