Press "Enter" to skip to content

Nove mil goianos sofrem golpe na Internet só nos três primeiros meses de 2022

Última atualização 31/05/2022 | 13:16

Em levantamento feito a pedido do Diário do Estado, a Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO) aponta que 9,4 mil crimes de estelionato em ambiente virtual foram registrados, apenas nos três primeiros meses de 2022. Na prática, este número reúne todos os tipos de golpe em que os criminosos tiram dinheiro das vítimas usando a internet.

O titular da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Cibernéticos (DERCC), delegado Daniel José de Oliveira, conta que recebe casos deste tipo diariamente.

“Os golpes mais comuns são o do novo número, pelo WhatsApp, e também o do Instagram, quando o criminoso toma a conta de alguém e passa a anunciar objetos para venda. Todo dia chega algum caso assim”.

Cada vez mais comum

Apenas em julho do ano passado o “ambiente virtual/internet” passou a fazer parte do Registro de Atendimento Integrado (RAI) da polícia, segundo a SSP. A mudança veio com a Lei 14.155/2021, que aumentou a pena para este tipo de crime. Antes, a punição era de três meses a um ano de prisão, além da multa. Com a nova lei, passou a ser de um a quatro anos de cadeia mais a multa.

Por conta disso, a SSP só tem números de estelionatos em ambiente virtual a partir de julho de 2021. A tendência foi de aumento, com o passar dos meses (confira abaixo). Entre julho e dezembro, foram 15,7 mil casos. O recorde foi no último mês do ano, com mais de três mil denúncias do tipo. De lá para cá, em 2022, o número ficou sempre acima dos três mil. Em janeiro foram 3,2 mil casos, fevereiro 2,8 e, em março, 3,3 mil registros.

Ocorrência de estelionato em ambiente virtual no ano de 2021

– Junho: 1.399

– Julho: 1.886

– Agosto: 2.252

– Setembro: 2.035

– Outubro: 2.221

– Novembro: 2.839

– Dezembro: 3.079

TOTAL: 15.711

Fonte: SSP/GO)

Passo a passo para se proteger de golpe na internet

Segundo o delegado, os criminosos aplicam o golpe de duas formas. Uma delas é quando a vítima envia o código de recuperação da conta, tanto de WhatsApp quanto de Instagram. “O criminoso inventa alguma história que convence a vítima a repassar esse código de segurança. Diz, por exemplo, que se trata de um voucher com desconto para algum serviço, com estadia grátis em hotel, spa…”, exemplifica o delegado. Outra forma usada pelos criminosos é tomar o controle da linha telefônica da vítima, fraudando o SIM Swap e recebendo os códigos de segurança.

Para evitar cair em golpes, é preciso usar a autenticação em duas etapas. “O WhatsApp possui um mecanismo próprio, sem a necessidade de outros aplicativos. No Instagram, essa autenticação de dois fatores deve ser feita com o uso de um aplicativo: sugere-se o Google Authenticator”, explica Oliveira.

Além disso, o certo é não vincular a conta com um número de telefone, “muito menos usar como segundo fator de autenticação o recebimento do código de verificação por SMS ou ligação telefônica, porque isso possibilita a fraude de Sim Swap”, detalha o delegado. Além disso, o e-mail usado também deve estar protegido, com uso de dois fatores de autenticação, com senha exclusiva, forte e aleatória.