A nova novela da Globo, ‘Orgulho e Paixão’, que estreou na última terça-feira (20), é inspirada nas obras de Jane Austen. Encenada no fictício Vale do Café, no interior de São Paulo, em 1910, a trama tem como protagonista Elisabeta (Nathália Dill). Uma das cinco filhas de Ofélia (Vera Holtz), uma mãe desesperada para casar as filhas. Na época, esse era um dos poucos meios de garantir que elas tivessem sucesso e conforto em suas vidas. Tendo em vista os poucos direitos das mulheres no século XX.
Jane Austen, escritora inglesa do século XIX, antes dos 21 anos, já se destacava. Principalmente por abordar temas que causavam espanto naquele tempo. Suas obras tratavam problemas da sociedade da época, como as falhas da igreja, em ‘Orgulho e Preconceito’. Além de temas como educação, cultura, moral e casamento.
Escrita por Marcos Bernstein, o enredo conta com elementos atuais, mesclando com problemáticas do século representado. Um desafio explícito, é a personalidade marcante e diferente das cinco filhas. Elisabeta, entra em conflito consigo mesma ao conhecer (e se apaixonar) por Darcy, um homem com alta posição social. Ela, que não pensava em se casar e viver uma vida dentro dos padrões, começa a se questionar. Ao mesmo tempo que o rapaz também se indaga quanto aos seus preceitos tradicionais, ao ser desafiado pela forte personalidade da camponesa.
Logo no primeiro capítulo, Elisabeta mostra sua personalidade forte ao chegar no baile da cidade vestida de smoking, roupa social masculina. E completa dizendo “se os homens podem usar calça, por que nós não podemos?”. No final do século XIX, as mulheres começaram a usar calça para trabalhar nas industrias, porém, ainda era um grande paradigma a ser vencido.
Com um toque de humor e romantismo, a novela também conta com elementos de Emma, Razão e Sensibilidade, Mansfield Park e até mesmo A Abadia Northanger, outras obras de Jane Austen. Incorporadas nas personalidades dos outros personagens.