Opinião: torcida da Portuguesa vislumbra novo Canindé entre esperança e temores
Projeto enfim apresentado pelos investidores da SAF surpreendeu pela ambição, deu mais noção dos objetivos, mas ainda deixou lacunas importantes para a associação DE vira SAF e terá um novo Canindé
Um novo estádio para a Portuguesa, construído do zero, no lugar do Canindé, na Zona Norte de São Paulo, projetado para receber 46 mil pessoas em jogos e 84 mil em shows, com um edifício garagem capaz de abrigar mais de quatro mil veículos, com uma obra estimada para durar 40 meses e começar no início do ano que vem.
O projeto foi apresentado ao Conselho Deliberativo do clube na última semana DE pela Revee, responsável pela transformação do patrimônio da Lusa, e pela JLM Architecture, que desenhou a proposta, e logo chamou atenção da torcida, da mídia e do público geral.
Tornando-se realidade, o projeto fará do novo Canindé uma referência não só em arena de futebol ampla e moderna no país, como colocará o espaço entre os principais para receber eventos de grande porte em São Paulo, brigando com o Allianz Parque.
Houve todo tipo de reação, dentro e fora dos domínios rubro-verdes. Alegria, surpresa e empolgação de um lado. Incômodo, incredulidade e temor de outro. Quase sempre com as opiniões do público geral contrastando com aquelas de quem torce para a Lusa.
É preciso, antes de qualquer coisa, levar em conta o contexto. Os anos de derrocada fizeram com que o patrimônio tenha sido o último e único ativo a restar à Portuguesa. Enquanto as dívidas são de clube de elite, as receitas são de quarta divisão nacional.
O Canindé está na via mais movimentada do país, a Marginal Tietê, em frente ao maior terminal rodoviário da América Latina, o do Tietê, a poucos minutos de um dos principais aeroportos do mundo, o de Guarulhos, entre duas estações de metrô, a Armênia e a Portuguesa-Tietê, e a parcos quilômetros da região central.
Está correto quem diz que a Lusa jamais teria virado SAF não fosse o patrimônio. Afinal, ninguém seria louco de se comprometer a pagar uma dívida astronômica sem que houvesse fonte de receita mais sólida que premiações esportivas e transações.