Na última terça-feira (10), a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) anunciou alterações que serão aplicadas no uso do cheque especial. A medida busca oferecer aos clientes, por intermédio dos bancos, uma modalidade de crédito alternativa. As iniciativas começarão a valer no 1º de julho.
O cheque especial é um crédito disponibilizado pelos bancos para seus clientes, para ser utilizado em situações emergenciais. Porém, na maioria das vezes, acaba sendo incorporado à renda mensal. O que pode ser uma armadilha, segundo o economista e Superintendente Executivo de gestão da Secretaria de Estado de Gestão e Planejamento (Segplan) Antônio Eurípedes. Para ele, “em função das altas taxas, o cheque especial, deve ser usado numa eventualidade, por ser um crédito pronto e rápido. Não é uma fonte de renda, deve-se evitar ao máximo utilizá-lo”.
De acordo com dados do Banco Central do Brasil (BCB), a taxa de juros média dessa modalidade de crédito atingiu 324,1% ao ano em fevereiro. Para amenizar esse problema a Febraban vai segueriu um crédito alternativo. Esse crédito alternativo, com taxas e prazos definidos pelos bancos, se aplicam ao clientes que estiverem com de 15% do seu limite do cheque especial comprometido, com saldo devedor maior que R$200 e por um período superior a 30 dias.
O especialista alerta, que mesmo com essas mudanças e facilidades na forma de pagamento, a pessoa continua endividada. Ou seja “o que está sendo oferecido às pessoas, é um crédito mais barato para elas. É uma troca de um crédito com o custo mais elevado, por um de custo menor. Deve-se evitar a tomada desse dinheiro para consumo.”
Para melhor exemplificar, o especialista explica que ao utilizar R$1.000 por um ano no cheque especial, chega-se à um custo de R$3.500 no final do ano. “É inviável. Além disso, você também tem que calcular o custo efetivo do uso, que contam com outros custos, como por exemplo o IOF (imposto sob operações financeiras)”, esclarece.
Além disso, aconselha-se que as pessoas comecem a prestar mais atenção em suas finanças. Principalmente para aquelas que não tem o costume de acompanhar a alteração dessas taxas. O economista sugere inserir na rotina o acompanhamento dos extratos. “Olhe para o extrato no fim do mês e veja o quanto foi pago por ter usado o cheque especial. Quanto isso me custou?”, finaliza.